Por ser uma doença “silenciosa”, quando não detectado no estágio inicial, o glaucoma é tratado somente quando já houve comprometimento parcial e irreversível da visão
Histórico familiar, raça negra, miopia ou diabetes são fatores de risco para o desenvolvimento do glaucoma
Neste mês será celebrado o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, considerado uma doença “silenciosa” por não apresentar sintomas e cujo diagnóstico precoce pode evitar a perda parcial ou total da visão. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a doença alcança de 1% a 2% da população acima dos 40 anos no mundo, o que corresponde a aproximadamente
2,9 milhões de pessoas.
A doença vem aparecendo cada vez mais cedo, sendo desenvolvida dos 35 aos 45 anos e dos 55 aos 65 ou 75 anos. O dano causado no nervo ótico após a instalação da doença é irreversível, mas há como impedir a progressão da perda da visão. Sendo que a associação entre a doença e a pressão alta não é mais absoluta como costumava ser, mas o diagnóstico precoce é, de fato, o melhor tratamento.
Segundo a oftalmologista Maria Rosa de Moraes Silva, sem diagnóstico, a doença é tratada somente quando a percepção da perda parcial da visão já foi instalada. Em estágio avançado, há comprometimento do campo visual e embaçamento constante, sendo que a perda da visão é progressiva. “O glaucoma é a primeira causa de cegueira irreversível em todo o mundo e no Brasil. Mas não é uma doença única, há vários tipos de glaucoma, sendo que alguns tipos não apresentam sintomas. Na verdade, o tipo mais comum seria o glaucoma de ângulo aberto que não dá sintomas, portanto o paciente não percebe que tem a doença”, afirma.
Outras formas apresentam sintomas variados.
A oftalmologista destaca que alguns pacientes podem perceber que têm a doença justamente baseado nos fatores de risco, como o aumento da pressão intraocular. Para isso, toda pessoa a partir dos 40 anos deve procurar o oftalmologista e dar mais atenção ao check-up
dos olhos, especialmente se pertencer a um dos grupos que apresentam fatores de risco para o aparecimento do glaucoma. “O histórico familiar é um fator de risco. Um paciente que tem antecedentes de glaucoma na família tem maior chance de desenvolver a doença, assim como pacientes da raça negra, nos quais a doença acaba sendo mais grave. Pacientes acima de 80 anos também têm muito mais risco de desenvolver a doença, sendo que esse risco aumenta a cada década. Outros fatores de risco de relativa importância são o diabetes e a miopia. Portanto, se a doença não apresenta sintomas e se uma pessoa tem algum desses fatores de risco, ela deve ser avaliada por um oftalmologista regularmente para saber se tem ou não a doença”, completa.