Atrasos do desenvolvimento e problemas de atenção e isolamento que afetam desempenho escolar e o processo de aprendizagem são alguns dos sinais da DIS
Fernanda Borges
Patrícia Silva e Lígia Barbosa alertam que problema gera baixa autoestima e desvios de comportamento
É através dos sentidos que passamos a conhecer o mundo e a nós mesmos ainda na infância. Até mesmo para aprender a estudar, a escrever e alimentar-se, ou seja, para realizar as atividades básicas do dia-a-dia, recebemos inúmeras informações dos sentidos: tato, olfato, visão, audição e paladar. Esses dados são utilizados pelo cérebro e servem para organizar o comportamento e promover a aprendizagem. Distúrbios que afetam essa relação interferem no desenvolvimento infantil.
De acordo com a terapeuta ocupacional Lígia Barbosa de Oliveira, especialista no Método de Integração Sensorial, os ser humano ainda é dotado de mais dois sentidos, o proprioceptivo e o vestibular. O primeiro trata da capacidade de reconhecer a localização espacial do próprio corpo. É responsável pela percepção da posição, do deslocamento, do equilíbrio, do peso e da distribuição do próprio corpo. “Com ela podemos andar, segurar e manipular objetos e coordenar movimentos. O sentido vestibular tem seus receptores localizados no ouvido e são sensíveis às alterações angulares da cabeça. Também é graças ao sistema vestibular que conseguimos coordenar movimentos dos dois lados do corpo em conjunto, como andar de bicicleta e cortar com uma tesoura”, esclarece.
Juntos, os sete sentidos fornecem estímulos que são interpretados, processados e organizados para a formação do comportamento e da aprendizagem através da integração sensorial. “Quando isso não ocorre da maneira esperada, a criança pode apresentar respostas inadequadas aos estímulos desenvolvendo a Disfunção de Integração Sensorial (DIS). O problema pode estar presente em atrasos do desenvolvimento neuropsicomotor, problemas de atenção e comportamento, distúrbios de aprendizagem, Transtornos de Atenção e Hiperatividade (TDAH), síndromes genéticas, prematuridade, deficiência mental, física ou sensorial, podendo afetar o desempenho escolar e todo processo de aprendizagem. Como consequência, a criança ou adolescente poderá apresentar problemas em sua autoestima, dificuldade de socializar-se, desvios de comportamento, isolamento e retração”, afirma a fisioterapeuta Patrícia de Fátima Silva.