Entretanto, não é preciso se preocupar, pois esse declínio na produção de hormônio é natural e, segundo pesquisas, a queda é bem discreta
Apesar de não interferir na mortalidade dos homens, esse problema acaba
comprometendo a qualidade de vida de muitas pessoas
Homens que apresentam baixo nível de testosterona não são raros de ser encontrados. Há pouco tempo, pensava-se que os baixos níveis desse hormônio eram limitados apenas aos casos de portadores de deficiências congênitas das gônadas ou daqueles com falência da função testicular secundária ao traumatismo nos testículos ou problemas na hipófise.
Entretanto, hoje está bem claro que o nível de testosterona pode diminuir em várias outras situações, com a obesidade grau III, infecção pelo HIV, intenso estresse psicológico, doenças debilitantes e até mesmo como efeito colateral de certas drogas.
A diminuição na concentração de testosterona apresenta repercussões sistêmicas, que podem se manifestar progressivamente, tornando difícil a percepção do problema. Dentre as queixas mais frequentes estão a diminuição da densidade óssea, aumentando as chances de fraturas; redução da força e da massa muscular; aumento na quantidade de gordura no corpo; perda do interesse sexual; diminuição da fertilidade; cansaço frequente; aumento da resistência à insulina, elevando as chances de desenvolver o diabetes; tristeza; ansiedade e depressão, bem como a diminuição da memória
e do raciocínio.
A liberação de testosterona no organismo masculino começa a diminuir a partir dos 30 anos. Entretanto, não é preciso se preocupar, pois esse declínio na produção de hormônio é natural e, segundo pesquisas, a queda é bem discreta, chegando ao índice de 0,8% ao ano (na faixa dos 40 aos 70 anos).
O interessante é que o impacto dessa diminuição varia de um indivíduo para outro, passando a ser considerado um problema apenas quando
se torna sintomático.
O hipogonadismo, isto é, o mau funcionamento dos testículos com pouca produção de hormônio, pode surgir em qualquer fase da vida. Quando o problema aparece na infância, o diagnóstico costuma ser fácil, pois o garoto acaba não passando pelas mudanças
naturais da puberdade.
O problema é quando o hipogonadismo surge na fase adulta da vida, uma vez que os sintomas geralmente são muito inespecíficos e características masculinas como massa muscular, desenvolvimento dos genitais e pelos corporais são mantidas, apesar do não
funcionamento testicular.
O diagnóstico é obtido através da dosagem sanguínea de níveis de testosterona abaixo do intervalo considerado normal para a faixa etária. Porém, em situações especiais, é possível apresentar toda a sintomatologia de hipogonadismo, apesar dos níveis séricos normais de testosterona, sendo necessária uma investigação mais detalhada, com outros
testes laboratoriais.
Apesar de não interferir na mortalidade dos homens, esse problema acaba comprometendo a qualidade de vida de muitas pessoas. Por isso, mediante o surgimento de qualquer dúvida, é necessário procurar um médico para que sejam realizados os testes necessários e iniciada a terapia de reposição hormonal.