Estudo traçou o perfil dos idosos encaminhados ao atendimento em Terapia Ocupacional na Residência Integrada Multiprofissional em Saúde do Hospital de Clínicas da UFTM. A grande prevalência de múltiplas patologias esteve associada à diminuição da capacidade funcional, à baixa participação social na comunidade, ao impacto das atividades de lazer rotineiras na internação e à correlação existente entre a qualidade do sono e a capacidade funcional.
A pesquisa foi realizada com pacientes da Clínica Médica do HC-UFTM, entre 60 e 95 anos, de ambos os sexos, residentes em Uberaba e região, assistidos pela equipe de Terapia Ocupacional da residência de maio a dezembro de 2010. Das pessoas pesquisadas, 58% eram do sexo masculino e 42% residentes em outras cidades atendidas pelo HC, 48% estão casados, também prevalecendo o sexo masculino nesta condição. Quanto à escolaridade, 35% eram analfabetos e 52% não concluíram o ensino fundamental. Sobre a renda mensal, 75% recebem até dois salários, 13%, até três, 6% contam de quatro a seis salários, 4% não dispõem de nenhuma renda e 2% não informaram a renda. Observou-se que os idosos, em sua maioria, são os provedores de seus lares.
Desempenho de atividades. As terapeutas ocupacionais e autoras do estudo, Grasielle Silveira Tavares Paulin, Vania Costa Gonçalves da Silva e Anne Marise Koenig destacam que na avaliação do desempenho ocupacional foram avaliadas as variáveis banho, controle de esfíncter, vestimenta, alimentação, locomoção e higiene pessoal, preparo de refeições, trabalho doméstico, tomada de remédios, cuidado das próprias finanças, realização de compras e uso de transporte coletivo.
O resultado da pesquisa, publicado em janeiro de 2014 na edição v.2 n.1 da Revista Família, Ciclos de Vida e Saúde no Contexto Social (Refacs) demonstrou que 80% dos idosos desempenham sem ajuda a maioria dessas atividades, 13% são parcialmente dependentes e 5% necessitam de ajuda total, estando acamados e dependentes. “Dentre os idosos avaliados, 40% apresentam declínio no desempenho de atividades como preparar refeições, cuidar das finanças e fazer compras, principalmente as mulheres com até 70 anos, enquanto 23% precisam de ajuda total para desempenhar algumas dessas atividades. Nesse subgrupo, classificam-se em sua maioria também mulheres, na faixa etária até 90 anos”, revela o estudo.