Doenças relacionadas às chuvas preocupam

Assim como anunciou ontem manchete do Jornal da Manhã, os uberabenses sofrem com a terceira enchente em menos de um mês. Os alagamentos invadiram casas e estabelecimentos como se fossem rios, deixando no caminho focos de contaminação e oferecendo risco de morte. De acordo com a infectologista Danielle Borges Maciel, algumas doenças podem ser motivo de preocupação redobrada por parte da população, por conta das chuvas recentes. “As doenças conhecidas como de transmissão hídrica, ou seja, através da água, são infecciosas e aumentam neste período de chuva. Entre elas estão a febre tifoide e paratifoide, disenterias bacterianas, cólera, que não temos aqui, mas é um risco, e vermes. Também incidem nesta época doenças virais como hepatites e dengue, sendo esta uma das mais importantes. Temos, ainda, apenas alguns casos isolados de leptospirose”. Os problemas mais importantes são leptospirose, que pode ser transmitida através da urina de ratos, encontrada na água de enxurradas, cuja bactéria Leptospira entra diretamente na pele, causando a doença. “Já o problema da dengue é piorado por conta do aumento dos criadouros do mosquito da dengue”, destaca Danielle. Quanto à hepatite A, é adquirida via oral ou fecal, através de objetos e alimentos contaminados e por contato direto com a água na boca. Diarreias e intoxicações alimentares em geral são transmitidas pelo contato com alimentos contaminados pela água de enchentes. Por todas essas doenças serem infecciosas, os sintomas são os mesmos. “Se uma pessoa tiver contato com a enchente e passar a sentir febre, vômitos, diarreia, dor no corpo e muscular, prostração, é importante procurar atendimento médico o mais rápido possível”, afirma. Cuidados. A melhor forma de evitar essas doenças é não manter contato com a água de enchente e fazer a limpeza assim que ela baixar. “A recomendação é de que para cada 20 litros de água se coloque um copo de água sanitária para fazer a remoção do barro, para a lavagem de roupas e utensílios. Alimentos que entrarem em contato com a enchente devem ser descartados”, explica a infectologista. É importante, também, tampar caixas d’água e lavar com água sanitária aquelas que entrarem em contato com a enchente. “Outros cuidados sã evitar deixar lixos na rua, pois são criadouros de mosquitos e podem agravar as enchentes; evitar jogar lixo em terrenos vazios, e sempre fazer a higienização adequada das mãos e dos alimentos”, destaca Danielle. Encontrar um destino adequado para fezes e fraldas e usar água potável, descartando a de poços, evitam a contaminação por hepatite. E sempre dar preferência a alimentos cozidos, pois os crus podem estar contaminados.