Jaime Olavo Marquez explica que a dor aguda é extremamente
essencial para a sobrevivência das espécies
Fibromialgia, hipertensão, diabetes, câncer. Essas são algumas das patologias que causam dor constante e roubam horas de sono, prejudicam relações afetivas e minam o desempenho profissional. Mas é possível retomar o controle da própria vida, aprendendo a gerenciá-la. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a dor crônica afeta 30% da população do mundo.
O médico neurologista e especialista em dor Jaime Olavo Marquez explica que a dor aguda é extremamente essencial para a sobrevivência das espécies, uma vez que anuncia que algo errado está acontecendo no organismo, ou seja, ela tem sua importância biológica. Porém, curada a lesão inicial, se a dor persistir por mais de três meses, esta se tornará crônica.
Segundo o especialista, nem sempre é possível curar o paciente, mas a ideia principal é proporcionar melhor qualidade de vida e interferir nos processos que podem estar provocando a dor. “Vivenciamos nos consultórios pacientes que relatam estar neste processo de dor há muitos anos, o que dificulta, inclusive, diagnosticar a origem da mesma. Quando possível, porém, trabalhamos para descobrir a causa, na busca de proporcionar dias melhores a essas pessoas”, relata o neurologista.
O tratamento, segundo Jaime, não é feito de forma somente medicamentosa, implica na associação de vários profissionais, como médicos, psicólogos, fisioterapeutas, dentistas, assistentes sociais, entre outros, que, em conjunto, discutem cada caso e concluem a melhor maneira de tratar.
O médico ressalta que Uberaba possui um dos únicos serviços do estado de Minas Gerais, pertencente à Secretaria Municipal de Saúde, que é a clínica multidisciplinar de tratamento da dor, localizada na rua Afonso Rato, 343, Mercês. “Os profissionais estão aptos a diagnosticar nos postos de saúde se o caso é de dor crônica. Sendo positivo, as próprias unidades direcionam o paciente para a clínica”.
Vale ressaltar que desde setembro de 2010, por meio da Declaração de Montreal, ficou determinado que o acesso ao tratamento da dor é um direito fundamental de todas as pessoas.