É comum, mas poucos procuram orientação médica quando começam a reclamar de dores nas costas. Entre 60% e 80% da população acima de 30 anos e 36% dos brasileiros sofrem desse mal, segundo estudo da Escola Nacional de Saúde Pública, ligada à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A pesquisa foi realizada com 12.423 pessoas com mais de 20 anos e de todas as regiões do país, demonstrando que, embora seja detectada precocemente – em média aos 38 anos –, em torno de 32% dos pacientes não procuram tratamento. Segundo a Organização Mundial da Saúde, no ranking dos desconfortos, a dor nas costas perde apenas para a dor de cabeça. Estima-se que 80% da população tem, teve ou terá pelo menos um episódio importante de lombalgia, como é chamado esse tipo de dor crônica. O ortopedista Cristiano Rajão destaca que as causas mais comuns de dor na coluna são a postura inadequada, a falta de condicionamento muscular da coluna, o esforço intenso a que ela pode ser submetida e doenças degenerativas dos discos da coluna, artrose etc. “Pessoas que carregam muito peso, como trabalhadores braçais, motoristas de caminhões e empilhadeiras, pessoas que trabalham muito tempo assentadas de maneira incorreta, o uso de calçados inadequados, alterações na maneira de pisar, como pés para dentro ou para fora quando pisa, são alguns dos fatores de risco para o desenvolvimento do problema”, esclarece Rajão. Infelizmente, a dor na coluna afeta a todos sem restrição, ou seja, não escolhe idade para atacar. “Uma criança ou adolescente pode ter como causas desse mal o excesso de atividade física, mochilas pesadas, infecções. Já um adulto jovem pode ser acometido pela dor por motivos mais comuns, como um trabalho excessivo, má postura, mau condicionamento muscular da coluna, hérnias de disco”, afirma o especialista. Ele explica que na terceira idade as doenças degenerativas como artrose, hérnias de disco e tumores são as geradoras desse tipo de queixa.