SAÚDE

É possível prevenir doenças ocupacionais, alerta psicóloga

Enquanto os riscos de acidentes físicos e químicos podem ser controlados com a modernização de tecnologias, os aspectos subjetivos e mentais do trabalho estão desorganizados

Publicado em 15/05/2013 às 10:11Atualizado em 19/12/2022 às 13:03
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A exigência psicológica, cognitiva e emocional é maior sobre o trabalhador e gera outros transtornos à saúde

Em alguns casos, acidentes de trabalho significam mutilações ou lesões graves, que acabam, inclusive, deixando sequelas. Ao contrário do que se imagina, nem todo acidente de trabalho é prevenível através dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), embora também sejam doenças provocadas pelo ambiente de trabalho que podem trazer grandes prejuízos à saúde do trabalhador.

A psicóloga Maria Dionísia do Amaral Dias salienta que os trabalhadores não estão apenas expostos a riscos de acidentes, mas também podem adquirir doenças relacionadas à má organização de seu trabalho. “Atualmente, no Brasil, embora também seja um perfil mundial, temos as doenças do trabalho mais relacionadas ou ocasionadas por questões da organização do trabalho, ou seja, por questões subjetivas no trabalho, do que as objetivas. Temos um aumento na tecnologia que faz com que os acidentes típicos em maior gravidade, embora muitas vezes em menor número. E as doenças que são geradas por situações mais sutis do processo produtivo. Temos mais as Lesões por Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho ou LER-DORT e, ainda, os transtornos mentais relacionados ao trabalho”, explica.

Maria Dionísia ressalta que, neste sentido, existem menos doenças clássicas devido à tecnologia, que permite o controle de produtos químicos ou de ruídos no ambiente em que o trabalhador atua. “Enquanto os aspectos de risco físico e químico podem ser mais controlados, os aspectos mais subjetivos e mentais do trabalho estão completamente desorganizados, ou seja, a exigência subjetiva, psicológica, cognitiva, bem como dos aspectos afetivos e emocionais, é maior sobre o trabalhador e por isso gera outros tipos de transtornos à saúde das pessoas”, esclarece.

A especialista destaca ainda que a simple utilização dos EPIs ou Equipamentos de Proteção Individual não são suficientes para prevenir todas as formas de acidentes de trabalho. “Eles protegem o trabalhador de consequências maiores em caso de haver um acidente, mas o EPI não evita que o acidente ocorra. Claro que existem algumas atividades que exigem o uso de determinado EPI, mas a nossa legislação e o conhecimento técnico mostram que o uso do equipamento não evita o acidente, embora na cabeça das pessoas o EPI devesse sempre ser utilizado para diminuir o número de ocorrências. Esse número não será reduzido e o acidente não será evitado com a utilização do equipamento individual, mas sim com a proteção coletiva, ou seja, com mudanças nas condições de trabalho”, completa.

 

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