SAÚDE

Educação nutricional na infância pode prevenir obesidade precoce

Estudos indicam que 50% das crianças obesas aos 7 anos serão adultos portadores de obesidade, enquanto que 80,5% dos adolescentes obesos se tornaram adultos com o problema

Thassiana Macedo
Publicado em 24/01/2014 às 01:02Atualizado em 19/12/2022 às 09:18
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A infância é marcada pela fase de crescimento físico, desenvolvimento e aquisição das habilidades. Como a criança ainda está em formação, ela pode absorver os valores corretos com mais facilidade. Por isso, segundo especialista, este é o período mais propício para a educação nutricional, que visa à modificação e/ou melhorias dos hábitos alimentares em longo prazo. Isso evita a reformulação das distorções do comportamento alimentar nas próximas fases da vida da criança.

De acordo com a nutricionista Kézia Mendes Prata, o ato de comer serve além da função de satisfazer as necessidades biológicas e energéticas inerentes ao bom funcionamento do nosso organismo, mas também é fonte de prazer, de socialização e de transmissão de cultura. “No entanto, não basta apenas ter acesso a bens alimentares. É preciso ‘saber comer’, ou seja, saber escolher os alimentos na forma e na quantidade adequadas às necessidades diárias, ao longo das diferentes fases da vida. Estudos mostram que ao mesmo tempo em que declina a ocorrência da desnutrição em crianças e adultos num ritmo bem acelerado, aumenta a prevalência de sobrepeso e obesidade na população brasileira. A obesidade infantil pode gerar consequências a curto e longo prazo e é importante preditivo da obesidade na vida adulta”, esclarece.

A especialista Kázia Mendes alerta que dados de diversos estudos possibilitam estimar que 50% das crianças obesas aos 7 anos serão adultos obesos, enquanto que 80,5% dos adolescentes obesos se tornaram adultos obesos. “Felizmente, diferente do adulto, a criança e o adolescente jovem ainda estão em fase de crescimento e, portanto, isto constitui um fator favorável no tratamento da obesidade. Sendo assim, a prevenção desde o nascimento é necessária, tendo em vista que os hábitos alimentares são formados nos primeiros anos de vida. Eles são adquiridos em função de diversos aspectos que envolvem o ambiente de vida desta pessoa. Desde a primeira infância, as experiências e a interação contínua com os alimentos determinam as preferências alimentares, hábitos e atitudes que o adulto vai assumir em suas escolhas, gerando o comportamento alimentar”, explica.

A nutricionista ressalta que a educação nutricional desenvolve a capacidade de compreender práticas e comportamentos que contribuem para a integração da criança ou adolescente com o meio social. “Muitas vezes, a família atribui todo o dever de mudança de hábito alimentar para controle ou tratamento da obesidade aos filhos, negando assim sua parcela de responsabilidade. A participação e cooperação dos pais é essencial. O desenvolvimento de hábitos saudáveis na infância pode ser o caminho para o controle de doenças da modernidade, pois hábitos inadequados adquiridos ao longo da vida são muito mais difíceis de serem controlados na fase adulta”, completa a especialista.

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