O equilíbrio emocional é fundamental no processo de tratamento do câncer, pois, quando é diagnosticado precocemente, há muito o que ser feito pela medicina
GloboNews
Em julho, durante a Jornada da Juventude, Oscar Schmidt pediu a bênção do papa Francisco para sua melhora
Desde o ano passado, o Brasil tem acompanhado a batalha do ex-jogador de basquete Oscar Schmidt no enfrentamento de um câncer no cérebro. Com bom humor e alto-astral, o “Mão Santa” retirou dois tumores da cabeça, sendo um deles maligno, passou por 30 sessões de radioterapia e por 45 de quimioterapia. Surpreendendo a todos, o craque da Seleção Brasileira de Basquete não se deixou abater e sempre demonstrou otimismo e confiança em seu tratamento.
Luciana Maria Biem Neuber, psicóloga e doutora em Ciências da Saúde pela Unesp de Botucatu, explica que a alegria e o equilíbrio emocional podem contribuir para o tratamento contra o câncer. “O otimismo, a esperança, a alegria e se o paciente tem o apoio das pessoas, tanto dos familiares quanto dos amigos, é fundamental para a maneira como esse indivíduo vai encarar o tratamento”, destaca.
A especialista acredita que pessoas otimistas conseguem enfrentar melhor o tratamento e, inclusive, obter melhores resultados. “Não tenho dúvida de que os pacientes que têm uma capacidade maior de resiliência, ou seja, de superar, enfrentar e olhar para aquele momento da vida como a oportunidade de rever valores ou, muitas vezes, de mudar alguns projetos de vida, repensando a rotina, colabora para que o sistema imunológico fique mais fortalecido”, revela.
A psicóloga afirma que nosso sistema imunológico, quando funciona bem, ajuda-nos a ter uma defesa natural e um equilíbrio emocional melhor para enfrentar as doenças. “Para isso, é importante que o paciente, muitas vezes, respeite os seus limites naquele momento. Tudo isso influencia no tratamento. Então, se a pessoa encara o tratamento tendo em mente a possibilidade de vencer a doença, a capacidade de superação tem um reflexo muito marcante no tratamento. Inclusive existem estudos que comprovam isso. Nós sabemos que a entrega do paciente com câncer, pela força de vontade, e a luta para ele sobreviver àquele tumor é fundamental”, ressalta.
Luciana pontua, ainda, que todo esse processo mental altera inclusive as decisões que o paciente vai tomar com relação à busca do tratamento. “O equilíbrio emocional é fundamental no processo de tratamento. Hoje nós já podemos falar que, quando o câncer é diagnosticado precocemente e ainda no início, há muito o que ser feito pela medicina para, depois, esse paciente retomar bem a vida”, completa a psicóloga.