Dermatite é um termo utilizado para descrever vários tipos de inflamação da pele, com características e etiologias diversas. Na infância, podem surgir diversos tipos de inflamações cutâneas
Dermatite é um termo utilizado para descrever vários tipos de inflamação da pele, com características e etiologias diversas. Na infância, podem surgir diversos tipos de inflamações cutâneas, porém duas são mais frequentes, além de ter diagnósticos diferentes entre si.
De acordo com o pediatra Adiron Ribeiro Neto, a dermatite atópica é uma inflamação crônica da pele, caracterizada por xerose cutânea ou pele seca, prurido ou coceira e lesões com localizações variadas conforme a faixa etária. “Crianças com história familiar de atopia são mais predispostas a apresentar a doença, que na infância está relacionada a uma maior chance de desenvolver rinite e asma, caracterizando o que chamamos de marcha atópica. Pode acometer em média 15% das crianças, sendo que cerca de 50% dos casos se iniciam no primeiro ano de vida”, explica.
O especialista destaca que a dermatite atópica é resultante da interação de fatores genéticos e ambientais que vão resultar no comprometimento da função da barreira cutânea e do sistema imunológico. “Também pode estar relacionada a alérgenos como alimentos e ácaros, estando a alergia alimentar presente em até 30% dos casos de lactentes com a forma grave da doença. Entre os principais alimentos estão o leite de vaca, a clara de ovo, o trigo, a soja e o amendoim. O fator emocional e a presença de infecções de pele também podem agravar o quadro”, afirma.
Em geral, segundo Adiron Ribeiro Neto, até 60% das crianças têm melhora ou o desaparecimento total das lesões ao entrar na adolescência. “O diagnóstico é clínico e feito através do exame físico, bem como pela avaliação do histórico familiar e/ou pessoal de atopia. O tratamento consiste em hidratação intensa e diária da pele, anti-histamínicos orais, uso de corticoides e imunomoduladores tópicos, probióticos, embora ainda não haja um consenso, além da exclusão do que causa alergias relacionadas e de fatores que possam piorar a integridade da pele”, alerta.
O pediatra lembra ainda que, nos quadros de dermatite atópica grave e de difícil controle, é preciso lançar mão de tratamentos como fototerapia e o uso de corticoides e imunossupressores sistêmicos. “Porém, essas terapias devem ser usadas com muito critério e por especialistas experientes. Além disso, o acompanhamento do estado emocional é fundamental, pois esses pacientes podem apresentar maior tendência a distúrbios de comportamento, dificuldade de socialização e de aprendizado”, completa.