Pesquisa desenvolvida pelo Hospital do Coração (HCor) em São Paulo, com o apoio do Ministério da Saúde, pode ser responsável pelo surgimento de nova opção de tratamento contra a obesidade mórbida.
O procedimento usa nada menos que um estimulador elétrico para atuar em região específica do cérebro, ajudando o doente a perder peso. O mesmo método já é regulamentado para outros tratamentos, como, por exemplo, no alívio dos sintomas do Mal de Parkinson.
Por meio da Agência Brasil, a diretora clínica de pesquisa neurológica do HCor, Alessandra Gorgulho, explica que o método já foi testado com sucesso em macacos e suínos, mas que agora passará a ser experimentado em seis pacientes humanos. Segundo ela, o objetivo é verificar a tolerância do cérebro à estimulação contínua que provocou a diminuição de peso em suínos, provavelmente alterando o metabolismo.
A primeira fase dos testes deverá começar em 2013 e terminar no final de 2014. Apesar do método já ser usado em outras terapias, é a primeira vez que estimuladores desse tipo serão implantados nessa região do cérebro [hipotálamo] de seres humanos. A pesquisadora estima que serão necessários pelo menos dez anos de trabalho até que a técnica possa ser aprovada para uso terapêutico contra obesidade mórbida.
O objetivo é que a técnica seja uma alternativa menos invasiva às cirurgias de redução de estômago. A ideia também é não causar tantas alterações no organismo como acontece na cirurgia bariátrica, que consegue efeitos rápidos. A pesquisadora Alessandra Gorgulho destaca que, na estimulação elétrica, um marca-passo é conectado ao hipotálamo por uma incisão na parte frontal do crânio. Os eletrodos são ligados por fios que passam por baixo da pele ao gerador de estímulos, que funciona com bateria, na região da clavícula. (TM)