A pressão por resultados e cumprimento de metas tem tornado doenças como depressão e síndrome do pânico recorrentes em quem trabalha como operador de teleatendimento. A constatação é de dois especialistas ouvidos pela Agência Brasil.
De acordo com Selma Venco, pesquisadora de sociologia do trabalho da Universidade de Campinas (Unicamp), não há registros precisos sobre a quantidade de teleatendentes afetados por doenças psicológicas causadas pelo estresse do trabalho. No entanto, a socióloga afirma que, nas empresas pesquisadas por ela, de cada dez trabalhadores do setor de teleatendimento, sete apresentam algum distúrbio de natureza psíquica.
O médico do trabalho Airton Marinho, que desenvolveu uma pesquisa de pós-graduação na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) sobre o setor, constatou que os operadores de teleatendimento apresentaram um conhecimento grande e incomum dos nomes de medicamentos antidepressivos. Os teleatendentes também declararam que se consultam, com frequência, com psiquiatras e psicólogos.