A existência de problemas silenciosos, como arritmia cardíaca, torna maior a chance de morte súbita, problema que atinge cerca de 250 mil pessoas por ano no Brasil
Thassiana Macedo
O cardiologista Fernando De Martino alerta que a avaliação anual deve começar aos 35 anos
Estresse no trabalho aumenta em até 70% o risco de doenças cardiovasculares em mulheres. Foi o que concluiu pesquisa feita no Hospital Brigham and Women, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. O estudo durou cerca de 10 anos e demonstra que empregos que exigem muitas tarefas em pouco tempo elevam chances de mortes por doenças do coração. As mulheres têm risco 40% maior de passar por cirurgia cardíaca e de sofrer algum evento cardiovascular não fatal, e até 70% de sofrer infarto, derrame cerebral ou de morrer em decorrência de problemas cardíacos.
De acordo com o cardiologista Fernando de Martino, o infarto acomete, na maioria dos casos, os homens, mas houve queda de 17%. O médico ressalta que a incidência começa a aumentar entre as mulheres, que atualmente fumam e bebem mais. Além disso, elas estão cada vez mais susceptíveis ao estresse, já que têm se destacado em cargos que demandam muita pressão e exigem forte controle emocional. “Homens e mulheres, a partir dos 35 anos, devem fazer uma avaliação cardiológica anual”, recomenda.
Atualmente, a proporção de infartos é de uma mulher para cada três homens, sendo que as doenças cardiovasculares, de acordo com o especialista, são as principais causas de mortalidade em adultos, sendo o infarto a de maior incidência. “Entre os principais fatores de risco estão hipertensão, diabetes, colesterol alto, tabagismo, obesidade, vida sedentária e história familiar precoce”, esclarece. O cardiologista alerta que há ainda problemas silenciosos, como arritmia cardíaca, alteração no ritmo dos batimentos cardíacos, que podem ser identificados através de um check-up, o que torna maior a chance de evitar inclusive casos de morte súbita, problema que atinge aproximadamente 250 mil pessoas por ano no Brasil.
Exercícios. O sedentarismo é um dos principais vilões entre os fatores de risco, mas, de acordo com o especialista, quem pretende começar uma atividade física a partir de agora deve fazer uma avaliação médica antes. “Entre os exames estão aferição da pressão arterial e testes laboratoriais, como hemograma, colesterol, além da verificação das funções dos rins e o teste ergométrico. Tudo isso dá condições ao profissional de observar como a pessoa se comporta durante um exercício”, explica.
Além disso, Fernando de Martino destaca que o check-up tem como prioridade prevenir doenças, mas ele também identifica as doenças em fase inicial, o que aumenta de forma significativa o processo de cura, a partir de um tratamento mais eficiente a cada caso.