Estudo pode abrir espaço para a utilização da aspirina como prevenção de vários tipos de câncer
Estudo realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, apontou que o uso regular de aspirina, ao menos duas vezes por semana, pode diminuir até 30% o risco de mulheres desenvolverem o tipo mais agressivo de câncer de pele, o melanoma. A publicação científica também mostrou que quanto mais tempo a mulher tomar a aspirina, menor será a sua chance de desenvolver a doença.
Segundo a dermatologista Luciana Fernandes Abadde, o estudo foi realizado em 60 mil mulheres, tomando como base outros estudos já existentes na literatura médica, e mostrou que realmente a aspirina tem a capacidade de prevenir alguns cânceres de pele, inclusive outros tipos de tumores. “Esses estudos são positivos. Este em particular foi feito em mulheres, mas outros já mostraram que também em homens o uso regular do medicamento e por tempo maior, geralmente acima de cinco anos, eleva os índices de proteção e de prevenção. Realmente é um estudo de qualidade e que pode abrir um espaço para a utilização da aspirina como prevenção. Ela ainda não tem indicação formal porque não se chegou à conclusão ou ao consenso de que quantidade e de qual o tempo de uso da aspirina são necessários”, afirma.
A médica aproveita para lembrar sobre a importância da prevenção dos diferentes tipos de câncer de pele.
“A prevenção do melanoma, considerado o mais grave entre os cânceres de pele, deve se iniciar já nos primeiros anos de vida. Por isso, é fundamental o papel educador do pai e da mãe, ou da família, de não deixar crianças, adolescentes e adultos jovens tomarem sol em excesso, principalmente durante as atividades de fim de semana e de lazer, quando os riscos de queimaduras solares são muito maiores. Essa prevenção é muito importante”, explica.
Luciana Fernandes alerta que a aspirina, no contexto da prevenção do câncer de pele do tipo melanoma, vem associada a uma proteção a longo prazo, mas a médica observa que não se deve descartar a proteção comportamental. Ou seja, evitar a exposição solar excessiva sem o uso do protetor solar, principalmente nos horários de maior incidência dos raios solares prejudiciais ao organismo, que é das 10h às 16 horas.