Em Uberaba, mais de 10 mil pessoas sofrem de algum tipo de diabetes. Este número faz parte do levantamento do programa Hiperdia da Secretaria Municipal de Saúde, mas pode ser maior, já que a doença é lenta e silenciosa. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 5% dos brasileiros sofrem de diabetes. O problema é caracterizado pelo alto índice de glicose, ou açúcar, no sangue, sendo que a doença é crônica, não tem cura, mas pode ser controlada. E o primeiro passo é o diagnóstico precoce.
A glicemia de jejum é o exame mais comum para o acompanhamento dos casos clínicos. Outro exame bastante importante no monitoramento do paciente diabético é a dosagem de Hemoglobina Glicada, teste que reflete o perfil de glicose do paciente nos últimos 3 meses.
De acordo com o patologista clínico Guilherme de Oliveira, é importante ter uma referência da média da glicose no sangue do paciente nos últimos 2 ou 3 meses. “A glicemia de jejum mostra o resultado em um único momento, mas o diabético pode apresentar variações no decorrer do dia. A análise da Hemoglobina Glicada é mais completa e confiável. A grande utilidade desse exame é acompanhar o paciente com diabetes. Isto porque, uma vez com diabetes, esse paciente vai precisar de acompanhamento pela vida toda. A maioria dos pacientes tem diabetes tipo 2, que aparece em torno dos 30 a 40 anos e traz consequências sérias por volta dos 60 ou 70 anos. Então, a qualidade do controle que esses pacientes fizerem entre começar a ter glicose alta e apresentar problemas é que vai determinar a qualidade de vida deles quando ficarem velhos”, explica.
Após o diagnóstico e a realização de exames periódicos, é preciso ainda de algumas mudanças de hábito para que a doença seja controlada.
É importante manter uma dieta saudável e praticar exercícios físicos. Essas duas situações devem fazer parte da rotina do diabético e serão fundamentais para que o paciente mantenha os níveis de açúcar no sangue normais, evitando complicações graves da doença. Segundo estudos internacionais, manter o nível de Hemoglobina Glicada abaixo de 7% no paciente reduz, de maneira significativa, o risco do desenvolvimento de complicações graves de Diabetes mellitus, como insuficiência renal, cegueira (retinopatia), anestesia dos pés, úlceras crônicas, amputações, disfunção sexual e risco de infarto e derrame.