Bebês que apresentam alguma alteração após a realização de três testes são encaminhados à Uberlândia para passar por outro exame
Segundo a fonoaudióloga Cristiane Pereira Furtado, a maioria das mães de recém-nascidos não sabe que o Teste da Orelhinha existe, qual a sua finalidade, onde se realiza e que é um direito gratuito da criança. “O objetivo é detectar precocemente a perda de audição para minimizar os efeitos decorrentes da surdez no desenvolvimento cognitivo, social e educacional”, explica.
Cristiane ressalta que todo bebê deve ser avaliado, já que na maioria das vezes, os casos de surdez não sofrem influência de fatores de risco ou histórico familiar. “A audição é essencial para a aquisição da linguagem oral. Não detectar a perda da audição precocemente traz grandes prejuízos, pois há perda do período crítico para a aprendizagem da linguagem, que ocorre entre o nascimento e os seis meses de vida. A detecção de alterações auditivas e a intervenção iniciada até os 6 meses de idade garantem à criança o desenvolvimento da compreensão e da expressão da linguagem, bem como seu desenvolvimento social compatível com as crianças ouvintes da mesma faixa etária. Sendo de suma importância descobrir se a criança ouve bem”, explica.
A especialista destaca ainda que o exame feito com o bebê em sono natural, calmo ou sendo amamentado. A duração é de 5 a 10 minutos, não apresenta contraindicação, é indolor e não incomoda o bebê, já que não exige cirurgia ou cortes. Ao ser confirmado um problema permanente de surdez, a fonoaudióloga Cristiane revela que a criança continuará sendo assistida pelo programa, já que precisa iniciar o tratamento especializado imediatamente.
Bebês que apresentam alguma alteração após a realização de três testes são encaminhados à Uberlândia para passar por outro exame, Bera-Triagem, para confirmação, mas estamos esperando verba, já liberada, para comprar o equipamento que realiza esse exame mais complexo aqui na maternidade de Uberaba. “A reabilitação inclui aparelho auditivo e terapia fonoaudiológica. Existe, inclusive, a indicação de cirurgia para alguns casos, em que o implante coclear já é realizado pelo SUS e tem cobertura obrigatória dos planos de saúde”, frisa.