O Teste do Olhinho, também conhecido como Teste do Reflexo Vermelho, é obrigatório em 11 estados, porém, ainda não existe lei
O Teste do Olhinho, também conhecido como Teste do Reflexo Vermelho, é obrigatório em 11 estados, porém, ainda não existe uma lei federal que trate sobre ele. De acordo com a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica, as chances de cura chegam a mais de 90% se o retinoblastoma, o câncer das células da retina, for diagnosticado precocemente.
Segundo o oftalmologista Luiz Fernando Teixeira, é necessário que o exame seja realizado rotineiramente em todos os bebês ainda na primeira semana de vida, antes mesmo da alta da maternidade. “É importante também ser instituída a cultura de levar os bebês ao oftalmologista desde os primeiros meses de vida. Desde 2010, o exame é obrigatório aos planos de saúde e o Sistema Único de Saúde (SUS) garante a realização dos testes em todos os municípios participantes da Rede Cegonha, porém, menos de 50% dos municípios estão no programa”, esclarece.
O teste é realizado através de uma fonte de luz que sai do oftalmoscópio. O oftalmologista observa o reflexo que vem da pupila e quando a retina é atingida por essa luz, os olhos saudáveis refletem tons de vermelho, laranja ou amarelo. Já quando há alguma alteração, não é possível observar o reflexo, ou sua qualidade é ruim ou esbranquiçada.
Retinoblastoma. O especialista destaca que a leucocoria, o reflexo branco na pupila ou reflexo do olho de gato, é o sinal mais frequente em pacientes com retinoblastoma, ocorrendo em até 50% dos casos. “Outros sintomas que podem ser característicos da doença são baixa visão, estrabismo, fotofobia ou sensibilidade exagerada à luz e deformação do globo ocular. O diagnóstico precoce tanto melhora a sobrevida dos pacientes quanto diminui a morbidade, que seria a retirada do olho e perda da visão. Nem toda mancha branca no olho ou estrabismo é câncer, mas se for notada qualquer alteração é necessário levar a criança ao oftalmologista”, indica.
O retinoblastoma é responsável por cerca de 2% a 4% dos tumores infantis e de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Brasil a incidência varia entre 21 e 27 por milhão de pessoas. Aproximadamente 90% dos casos são diagnosticados do nascimento até cinco anos de idade. Os pais que tiverem um filho com a doença devem fazer aconselhamento genético, porque as chances de terem uma segunda criança portadora da doença é alta, entre 45% e 50%. Bastante agressivo, ela pode afetar o nervo óptico, alcançar o sistema nervoso central e levar o paciente à morte, quando diagnosticado tardiamente.