Sete em cada 100 pessoas sofrem com o ronco em grau acentuado e outras 20 em cada 100 apresentam o distúrbio pelo menos uma noite ao longo da vida
Sete em cada 100 pessoas sofrem com o ronco em grau acentuado e outras 20 em cada 100 apresentam o distúrbio pelo menos uma noite ao longo da vida. No entanto, a passagem do ar pelas vias aéreas pode gerar uma série de ruídos característicos, entre os quais o ronco, que está relacionado especificamente às vias aéreas superiores. Esse ruído decorre da passagem do ar inspirado em áreas de bloqueio mecânico parcial, gerando turbulência no fluxo, o que leva à vibração nesse trajeto.
De acordo com o otorrinolaringologista Marcelo Hueb, as áreas de bloqueio mecânico podem variar desde acúmulo de muco e outras secreções a deformidades septais. “Há ainda o aumento dos cornetos nasais ou carnes do nariz, pólipos e outros tumores nasais; aumento de volume das adenóides, amígdalas ou da úvula, que é a campainha da garganta, ou o excesso de tecido do palato mole, que é a parte muscular do céu da boca; aumento de volume da língua ou posicionamento posterior; alterações de posicionamento da mandíbula; malformações, entre outros. Além disso, alguns pacientes roncam apenas em determinadas posições, mais comumente deitados de costas”, explica.
No entanto, o especialista ressalta que alguns fatores podem agravar o ronco, entre os quais o consumo de bebidas alcoólicas. “Qualquer fator que dificulte a passagem do ar pela via aérea superior e que cause turbulência neste fluxo pode desencadear ou agravar o ronco. Além disso, está o aumento de tecido gorduroso no pescoço, como na obesidade, o inchaço dos tecidos moles por onde passa o ar, como nos processos inflamatórios e infecciosos e no tabagismo, bem como a retenção de líquidos, como no hipotireoidismo, insuficiência cardíaca e gestação, ou ainda a diminuição do tônus e da massa muscular da garganta, que ocorre com a idade e na menopausa”, destaca o médico.
Marcelo Hueb esclarece que a diminuição do tônus muscular pode decorrer destas situações, como também do relaxamento muscular que o álcool causa. Esse efeito também está relacionado ao uso de medicações como relaxantes musculares, sedativos e tranquilizantes.