A Pesquisa Brasileira do Orçamento Familiar do IBGE indica essa porcentagem na faixa etária de 10 a 19 anos podendo chegar a 22%
A guloseima consumida na hora do recreio, durante o período das aulas; a bolachinha depois do almoço e o salgadinho do final de tarde, em casa, aliados ao sedentarismo estão contribuindo para que, cada vez mais, crianças e jovens se tornem obesos no Brasil – vale lembrar que os principais meios de diversão dessa nova geração são o computador e o videogame. A Pesquisa Brasileira do Orçamento Familiar do IBGE (POF 2002-2003) indica que, na faixa etária de 10 a 19 anos, a frequência de excesso de peso é de 16,7%. Esta frequência é ainda maior entre os pré-adolescentes, com idade entre 10 e 11 anos, chegando ao percentual de 22%. “Uma pessoa pode ficar obesa quando consome mais energia do que o necessário. É uma conta básica de subtração. A gordura corporal excessiva na infância pode surtir efeitos danosos à saúde em pessoas ainda muito jovens. Combater esse mal é um grande desafio dos tempos atuais”, comenta Vladimir Schraibman, especialista em cirurgia geral e médico colaborador do Setor de Fígado, Pâncreas e Vias Biliares do Departamento de Cirurgia da Universidade Federal de São Paulo. Vladimir explica que as principais causas de obesidade infantil são o sedentarismo, a dieta inadequada, fatores genéticos e, na minoria dos casos, alterações hormonais. Para ele, a obesidade infantil deve ser combatida, pois se acredita que os adipócitos, células que armazenam gordura, têm sua quantidade definida durante a infância. Logo, o tratamento da obesidade vai influir por toda a vida do indivíduo. Também existem as doenças relacionadas à obesidade infantil. As principais são alterações na glândula tireóide, e outras, relacionadas a síndromes ovarianas. “As melhores formas de combate incluem a prática de atividades físicas, a diminuição do sedentarismo por meio de restrições ao tempo de televisão, uso de videogames e internet, além de uma dieta balanceada e equilibrada”, afirma o especialista, recomendando que, caso essas medidas não funcionem, a avaliação médica adequada é fundamental.