Entre as doenças que provocam demência na população idosa, o Alzheimer é a mais comum. A estimativa é de que a doença atinja hoje 1,2 milhão de pessoas com mais de 65 anos no Brasil
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O tratamento do portador de Alzheimer inclui atividades físicas, exercícios de convívio social e cognitivos
Conforme dados revelados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de casos de demência entre os idosos irá mais que dobrar até 2050. Na América Latina, o crescente envelhecimento da população pode fazer esse aumento ultrapassar os 500%. Entre as doenças que provocam demência na população idosa, o Alzheimer é a mais comum. A estimativa é de que a doença atinja hoje 1,2 milhão de pessoas com mais de 65 anos no Brasil. E o número de casos vai mais que dobrar até 2030, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz).
De acordo com o médico José Luiz Riani, o Alzheimer provoca progressiva deterioração das funções cerebrais, afetando a memória, a fala, a consciência e as habilidades cognitivas. “A incidência e prevalência dessa doença vêm crescendo em todo o mundo, mas particularmente em países como o Brasil, cujo desenvolvimento é mais tardio, mas tem um processo importante de envelhecimento da população”, destaca.
O especialista ressalta que entre os esclarecimentos mais importantes sobre a doença devem incluir sinais e sintomas. Inicialmente, o médico afirma que os sinais podem se manifestar como alterações da memória, principalmente a recente. “Também apresenta alterações relacionadas à fala, seja de dificuldades de comunicação como entender algumas palavras ou em nomear certos objetos. Além disso, há a dificuldade em relacionar o espaço e o tempo. Alguns sintomas podem chamar a atenção para identificar a doença de Alzheimer, mas se confundem com alterações comuns no envelhecimento normal. Então, sempre que essas alterações de memória ou outras funções cognitivas estiverem interferindo na vida da pessoa, familiar ou no cumprimento de compromissos, é importante buscar um diagnóstico precoce. Para isso, o ideal é procurar um médico”, esclarece.
José Luiz Riani afirma que o diagnóstico precoce é fundamental para evitar a progressão da doença. “Embora não haja cura, hoje existem tratamentos que, quanto mais precoces, conseguem evitar a progressão da doença, estabilizar os sintomas e evitar perdas cognitivas maiores. Isso não restringe apenas o tratamento medicamentoso, mas o não farmacológico, que inclui atividades físicas, bem como exercícios de convívio social e cognitivos, com benefícios muito positivos na estabilização da doença. Dessa forma também tem sido possível interferir em outros problemas que acompanham a doença de Alzheimer, que são os distúrbios comportamentais. Eles incluem alterações no sono, irritabilidade, apatia e sintomas depressivos, os quais apresentam melhora quando o idoso está inserido nessas atividades”, completa o médico.