Segundo os estudos mais recentes, as palavras cruzadas podem promover estímulos, mas não são suficientes para manter o cérebro ágil
Existem vários exercícios para melhorar nosso desempenho mental, que poderiam, inclusive, ser comparados ao resultado da caminhada ao nosso corpo. “Todos sabemos que ela traz benefícios, mas somente a caminhada não estimula o corpo como um todo. Assim também ocorre com os exercícios para o cérebro. Sabemos que a palavra cruzada e a leitura, por exemplo, são exercícios interessantes, mas não são suficientes para exercitar todas as áreas do cérebro. Assim como acontece com o corpo, os exercícios para o cérebro têm que ser na frequência e intensidade adequadas a cada pessoa. Para isso, é preciso que sejam planejados por um profissional”, afirma a neuropsicóloga Sumaya Figueiredo.
Muitas pessoas já ouviram falar que mudar o trajeto de casa para o trabalho ou trocar o relógio de pulso, por exemplo, entre outras mudanças de hábito, podem estimular o cérebro. Segundo a especialista, os estímulos novos, ou as ‘saídas da rotina’, sempre são bem-vindos, pois ativam áreas que possivelmente não recebem tantos estímulos como aquelas que são mais recrutadas no cotidiano. “No entanto, o importante é saber que o cérebro precisa de atividades diversificadas e desafios. A rotina para o cérebro não tem o poder de estimulá-lo a novas conexões sinápticas ou a arborização dendrítica, ao contrário. Atividades diferentes, o lazer, o descanso, uma boa noite de sono, tratamento de alteração de humor, ansioso ou deprimido, usar a atenção ativa, ‘desacelerar’, entre outros aspectos, também podem auxiliar na melhoria do funcionamento cerebral”, ressalta Sumaya.
Segundo os estudos mais recentes, as palavras cruzadas podem promover estímulos, mas não são suficientes para manter o cérebro ágil. “Através da palavra cruzada, a pessoa busca, comumente, descobrir vocábulos que já conhece e se habitua a desafios muito similares. O mesmo ocorre de certa maneira com o fato de a pessoa usar jogos no computador, tablet, entre outros. Quando uma dessas atividades mencionadas há pouco fazem parte de um programa de atividades elaborado por especialista da área, é diferente. Felizmente, hoje temos outros caminhos além dos que as pessoas usam por iniciativa própria”, destaca a neuropsicóloga.