As pessoas obtêm concentrações adequadas de vitamina D por meio da exposição solar, suplementos vitamínicos e de alimentos como manteiga, queijos gordurosos, nata, gema de ovo, salmão, óleo de fígado de bacalhau etc. Mesmo assim, estima-se que mais de 1 bilhão de pessoas no mundo tenham índices abaixo dos recomendáveis para a saúde.
A endocrinologista Márcia Regina Bedin ressalta que a questão da exposição à luz solar vem sendo bastante discutida dentro da comunidade médica, principalmente pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, que acaba de lançar documento trazendo o primeiro Consenso Brasileiro a respeito da fotoproteção na população. “A Sociedade de Dermatologia posicionou-se especialmente sobre a exposição à luz solar, pois muitas pessoas têm dito que essa deficiência da vitamina D seria causada, além da falta de exposição, pelo uso de protetor solar, que tem sido muito recomendado atualmente.
O consenso chega à conclusão de que a fotoproteção não é exagerada a ponto de prejudicar a produção da vitamina D. Ou seja, o uso do protetor solar continua recomendado no período compreendido entre as 10h e as 16h”, alerta.
A especialista explica que, para a produção adequada da vitamina D, mantendo-se a proteção da pele contra os efeitos nocivos do sol, é importante ter orientação e acompanhamento médico regular, porque o câncer de pele tem como fator principal de risco a exposição inadequada à luz solar e, se for necessária a suplementação da vitamina, é preciso cautela. A exposição solar deve ser feita apenas antes das 10h e após as 16h. “A vitamina D participa, principalmente, do metabolismo do cálcio, que favorece a formação dos ossos, e sua deficiência está relacionada a processos de osteopenia e osteoporose. Também está envolvida na regulação do sistema imune; influencia na secreção da insulina e na diminuição da sua resistência, mas há trabalhos que relacionam a vitamina D ao desenvolvimento de alguns tipos de câncer”, afirma.
A endocrinologista recomenda que o banho de sol e o uso de suplementos vitamínicos não devem ser feitos sem acompanhamento médico. “A radiação solar provoca manchas, apressa o envelhecimento cutâneo e é fator de risco principal de câncer de pele. Já a automedicação é perigosa, pois ingestões excessivas podem resultar na formação de cálculo renal ou pedras nos rins e, em casos extremos, em depósito de cálcio nas artérias, no coração e nos pulmões”, completa Márcia Bedin. (TM)