É crescente no Brasil o uso de suplementos alimentares e medicamentos fitoterápicos, sem indicação médica ou de profissional especializado, como automedicação para emagrecimento ou para melhorar a performance de exercícios físicos. No entanto, a maior parte dos produtos não têm o perfil tóxico bem conhecido. Sendo que a utilização inadequada de um produto, mesmo o de baixa toxidade, pode gerar problemas graves quando associados a certos fatores, como o uso de outros medicamentos ou a presença de substâncias contraindicadas.
O farmacêutico e homeopata Vinícius Carrijo explica que a alta dosagem de suplementos ou mesmo o uso de uma composição homeopática sem indicação são muito prejudiciais à saúde. “A diferença entre um medicamento e veneno é apenas a dosagem. Então, um medicamento que tem a dosagem certa terá a ação certa, sendo que o excesso funciona sempre como o veneno. Portanto, cabe à pessoa que faz uso de suplementos alimentares e medicamentos de venda livre buscar a orientação certa com um profissional, como médico, nutricionista ou até mesmo um farmacêutico de confiança”, revela o especialista.
Carrijo destaca, ainda, que essa busca por orientação deve valer também para quem busca produtos que compõem a nova onda do momento, as dietas com alimentos funcionais. Ele destaca que a consciência da população em procurar prevenir problemas, como prisão de ventre, por exemplo, mudou nos últimos cinco anos. Se antes as pessoas buscavam a farmácia para comprar laxantes, hoje elas buscam mudar os hábitos com dietas para prevenir e evitar os distúrbios gastrointestinais. Embora veja como uma mudança positiva, o farmacêutico lembra que essa prevenção só funcionará se a população estiver atenta à quantidade e o uso correto de suplementos e medicamentos, de acordo com a necessidade e com a orientação profissional.
Suplementos. A utilização dos suplementos alimentares é vasta e surgiu no Japão com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância de uma alimentação variada e saudável. “Daí surgiu a ingestão da soja, através da isoflavona de soja, que é muito usada para minimizar os efeitos da menopausa. Depois disso, pessoas que fazem musculação e fisiculturismo passaram a usar aminoácidos e vitaminas para ganhar massa muscular, enquanto a indústria e cientistas passaram a aproveitar a ideia para prevenir e tratar doenças. Por isso, temos hoje até os nutricosméticos, utilizados para terapias estéticas, conhecidos como pílula da beleza e utilizados para tratar queda de cabelo, prevenir e tratar rugas. Há os nutracêuticos, como o óleo de coco, utilizado para emagrecimento”, esclarece.