As chuvas de verão aumentam o risco de proliferação do mosquito transmissor da dengue, doença infecciosa que pode levar à morte. Para chamar a atenção sobre o problema, especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgam a iniciativa “10 Minutos Contra a Dengue” para que as pessoas combatam o foco do Aedes aegypti dentro de casa.
A pesquisadora Rafaela Vieira Bruno informa que em 80% dos casos o Aedes aegypti vive e se reproduz dentro e no entorno das residências, e, se cada um evitar água parada em casas, será possível impedir o nascimento da grande maioria dos mosquitos nas cidades. “Qualquer local que possa armazenar um pouquinho de água é suscetível para a fêmea colocar os ovos. E não apenas água limpa; ela consegue colocar em áreas com um pouquinho de matéria orgânica também. Mesmo piscinas e fontes com chafariz podem servir de criadouro. O ideal é fazer a limpeza periodicamente ou cobrir os locais. Cloro e água sanitária contribuem para eliminar o ovo do mosquito”, informa.
Rafaela explica que os ovos deixados pelo mosquito aguentam até um ano sem água e que basta um único contato com a água para que, em até dez dias, eles se transformem em mosquitos aptos a transmitir a doença. A bióloga alerta, no entanto, que não é suficiente vistoriar o próprio quintal, se o vizinho não fizer a sua parte. “O mosquito tem uma capacidade de voar até 800 metros. Se você não cuida, mas o seu vizinho cuida, ele pode ser picado por um mosquito que nasceu até 800 metros de distância da casa dele. Por isso, é tão importante que haja um esforço da comunidade em geral, de todo mundo”, completa a pesquisadora.
As vistorias devem ser feitas em caixas d’água, para verificar que estão vedadas, calhas de chuva, ralos externos, vasilhas de animais, bandejas de ar-condicionado e de geladeiras, além de vasos sanitários desativados ou pouco utilizados e todos os outros locais que possam acumular água.