Pesquisa do Instituto de Medicina Social da UERJ e da Faculdade de Medicina da UFRJ, descobriu que entre 15% e 20% da população brasileira acima de 45 anos sofre de alguma doença da tiroide. O problema atinge ainda mais mulheres na menopausa, por conta de alterações hormonais. Mas um fator moderno tem feito a doença crescer. Remédios que prometem emagrecer podem causar hipertireoidismo. Irritação, ansiedade, agitação, perda de apetite ou alto ganho de peso, queda de cabelo, sensação de coração acelerado, fraqueza muscular e das unhas, são sinais do mau funcionamento da tireoide, que produz hormônio ligado ao metabolismo de coração, fígado, estômago, intestino e até o cérebro. De acordo com o endocrinologista Fabiano Zaidan Borges, a falta ou o excesso desse hormônio pode causar hipotireoidismo (pela falta) e o hipertireoidismo (quando há excesso). “Os sintomas do hipotireoidismo estão relacionados à lentidão. A memória fica mais fraca, surge cansaço, indisposição, fraqueza, sensação de frio além do normal, o intestino fica lento, o cabelo cai, as unhas ficam quebradiças, a pele seca, o colesterol sobe e pode haver ganho de peso, ou retenção de líquido”, esclarece. Já o hipertireoidismo é o oposto, os efeitos são agitação, insônia, suor excessivo, palpitação, perda e enfraquecimento dos ossos. “E há perda de peso, sintoma que confere o milagre às fórmulas utilizadas na terapia de emagrecimento, onde o hormônio muitas vezes está presente nos medicamentos sem o conhecimento de seus usuários”, alerta o especialista. Segundo Zaidan, junto com o emagrecimento surgem outras doenças silenciosas, camufladas pelos efeitos do envelhecimento. “A perda de memória, queda de cabelo, unhas quebradiças, efeitos colaterais, como perda de massa óssea, arritmias no coração (que são graves), sudorese e insônia são sintomas da doença. E levam a pessoa a pensar que estejam relacionados ao estresse ou àquela fase da vida”, destaca. Dieta especial e uma organização da alimentação, associada a um programa de exercícios físicos, que é individualizado, é a solução para quem busca emagrecer. “Cada pessoa tem um tipo de metabolismo, uma necessidade de energia e, portanto, a dieta diferente”, afirma. Portanto, nada de tomar remédios sem indicação médica. “Medicamento tem indicação, contraindicação e efeitos colaterais. O que é bom para uma pessoa pode não ser para a outra”, frisa. Para manter o funcionamento normal da glândula tireoide, o endocrinologista recomenda uma alimentação equilibrada, baseada em legumes, verduras e frutas, peixes, frutos do mar e com sal na medida certa: 6 gramas, o que equivale a uma colher de chá por dia.