Estudo realizado pela Internacional Osteoporosis Foundation (IOF) revela que o número de fraturas no quadril em decorrência da osteoporose, doença que enfraquece os ossos, deve crescer 32% até 2050, no Brasil. A pesquisa descobriu que o crescimento está relacionado ao envelhecimento da população brasileira. No país, o número de pessoas com mais de 70 anos aumentará 380% até 2050 e representará 14% da população brasileira. Atualmente, a osteoporose atinge três milhões de brasileiros.
A incidência entre as mulheres é maior, chegando a atingir uma em cada três com mais de 50 anos. O problema causa o enfraquecimento sério dos ossos, o que pode resultar em fraturas graves e irreversíveis de quadril, vértebras, ombro, pélvis ou punho. O estudo aponta, no entanto, que a maioria sequer possui um diagnóstico da doença. Por isso é tão importante fazer um check-up regular, especialmente se há histórico familiar da doença na família.
Para o reumatologista Felipe Prata Miziara, isto não significa recomendar o exame de densitometria a pessoas normais. “Não é preciso ficar procurando doença em quem não tem nada. Se o primeiro exame não mostrou sinais, é preciso repetir o exame apenas após 15 anos, pois a chance de mudar é muito pequena. Se a pessoa apresenta uma osteopenia moderada na densitometria, ela deve repetir o exame a cada cinco anos. A recomendação de repetir a cada ano seria apenas em quem apresenta uma osteopenia mais importante, ou osteoporose.
A pessoa que tem fatores de risco mais sérios, como história familiar, por exemplo, deve ser monitorada com mais cautela”, esclarece o especialista.
Felipe Miziara revela, ainda, que, em relação à osteoporose, nem todas as pessoas que sofrem da doença precisam utilizar suplementação de cálcio, além da alimentação. “Nem todo mundo com osteopenia precisa ser tratado. Deve ser dada mais atenção à reposição da vitamina D, e não do cálcio sozinho. Além disso, nenhum paciente precisa ser tratado com medicamento para a vida toda. O período de cinco anos tem sido um tempo razoável. Porém, é preciso avaliar os casos individualmente. Todas essas ideias não são consenso entre os médicos, pois alguns estudos são novos e precisam de confirmação”, alerta o reumatologista.
As fraturas são o componente de maior risco da doença, especialmente as de quadril. Cerca de 20% das mulheres que têm esse tipo de fratura morrem até um ano depois da queda, em decorrência de complicações. Segundo o estudo, o fator psicológico também afeta os pacientes, pois eles perdem grande parte de sua autonomia. Pelo menos 55% das pessoas precisam de ajuda para tomar banho e 68% terão incontinência fecal e urinária. A pesquisa recomenda apoio à pesquisa, campanhas de prevenção, aumento da capacidade de formação dos médicos e formulação de políticas nacionais de saúde para reduzir essa expectativa.