Depressão é palavra simples e muito conhecida, frequentemente usada para descrever nossos sentimentos sempre que estamos “para baixo”, mas é uma doença crônica e geralmente ligada a outros casos na mesma família. Embora seja mais comum em adultos, o distúrbio emocional tem crescido de forma alarmante em crianças e adolescentes.
Quadros depressivos nessa idade podem ser diagnosticados com o surgimento de irritação, tristeza ou comportamentos que comprometem as relações com a família, os amigos e o rendimento escolar. O psicólogo Fuad Kiryllos Neto esclarece que entre os sintomas mais graves está a melancolia, em que a pessoa começa a ter pensamentos de morte e suicídio. E a forma mais branda ou clássica, com entristecimento e desânimo. “Esta última, está diretamente associada aos males da nossa sociedade. É o tempo que é curto dos pais para estarem próximos dos filhos, falta o diálogo, sobrecarga de atividades, trabalho estressante e endividamento. Já a forma mais grave tende a ser psicótica, com fuga da realidade”, explica.
O psicólogo destaca que é importante estarmos atentos à maneira como nos organizamos em sociedade para evitar o agravamento de sinais de personalidade que são próprios da condição humana. Atualmente, o trabalho toma conta da vida das pessoas, do momento com os amigos e familiares, do almoço ou do lanche.
E a tecnologia é a responsável ainda por nos colocar em constante contato com estas responsabilidades, já que ao chegarmos em casa, é o celular que toca ou é a caixa de email que está cheia de pendências a resolver. Para o psicólogo é preciso que as pessoas aprendam o momento de dizer “não”.
“A escravização acontece por conta do consumismo, trabalhamos mais para ganhar mais, ter um carro novo, uma casa maior e é aí que iniciam os problemas. É preciso dizer ‘não’, reservando os finais de semana, por exemplo, para tirar um tempo para si mesmo, para as atividades que lhe dão prazer e energia”, completa Fuad Kiryllos Neto.