Com diagnóstico difícil, a esteatose hepática ou gordura no fígado não é um problema que apresenta sintomas característicos, sendo considerada uma doença silenciosa. Tanto que a Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) recomenda que todo paciente que tem sobrepeso, alteração no colesterol e é sedentário deve fazer uma avaliação do fígado anualmente para verificar precocemente qualquer alteração.
A gastroenterologista Geisa Perez Medina Gomide revela que muitas pessoas procuram o especialista preocupadas com a digestão ruim ou boca amarga. “Isso é mito, esses sintomas não significam doença do fígado.
A maioria das pessoas descobre a esteatose por acaso”, afirma. A preocupação é para quem está com o peso acima do ideal e, principalmente, quando esse ganho de peso é abdominal.
Geisa Perez destaca que é fundamental o paciente saber que, na maioria dos casos, o tratamento não é com o gastroenterologista, mas com o endocrinologista e o nutricionista. “Não existe uma maneira de emagrecer o fígado. A pessoa tem que emagrecer para que o fígado emagreça. E o principal tratamento é exercício físico e dieta. Remédio tem ação menor, ou nenhuma, quando comparado ao exercício e à dieta. Tem que mudar hábitos, perder peso e fazer atividade física”, alerta.
Além disso, a especialista esclarece que perder peso não deve ser apenas uma preocupação com o aspecto estético, e sim com a saúde. Ela ressalta que dietas milagrosas não existem e o tratamento deve ser recomendado pelo endocrinologista ou pelo nutricionista. “Temos pacientes no ambulatório que, após um ano de atividade física e dieta, perderam 12 quilos e normalizaram a pressão, a glicemia, baixaram o nível dos triglicérides. Muitos já não precisam mais tomar medicamentos ou puderam reduzir a dosagem. São inúmeros os casos em que o cardiologista reduziu a dose do remédio da pressão ou o endocrinologista reduziu a dose do remédio para colesterol. Porém, a manutenção do peso ideal é obrigatória. É muito mais saudável fazer um tratamento que não precisa de medicamentos ou que as doses sejam pequenas”, completa Geisa. (TM)