Hoje, a vacina contra a coqueluche é disponibilizada somente para crianças, por meio do Calendário Nacional de Vacinação
O Instituto Butantan vai produzir versão acelular da vacina contra a coqueluche para que gestantes sejam imunizadas contra a doença a partir de 2014. Segundo o Ministério da Saúde, em torno de 7 milhões de mulheres devem ser beneficiadas. Hoje, a vacina contra a coqueluche é disponibilizada somente para crianças, por meio do Calendário Nacional de Vacinação. Segundo a pasta, 4.361 casos de coqueluche já foram confirmados no país até novembro deste ano, com 57 óbitos.
Acordo de transferência de tecnologia firmado com o laboratório GlaxoSmithKline (GSK) vai permitir a fabricação da vacina acelular no Brasil. Segundo o Butantan, a versão atual da vacina, que é celular, é aplicada apenas em crianças porque é tóxica para adultos. Para evitar que as mulheres grávidas contraiam coqueluche e transmitam a doença aos filhos, o governo federal resolveu fazer a vacinação das gestantes. E, para fazer isso, precisa ser a vacina acelular. Causada pela bactéria Pertussis, a coqueluche tem como principal sintoma uma tosse desenfreada e incontrolável que, em casos graves, pode até levar à morte. A atual vacina é feita com a bactéria inteira, o que a torna eficaz e dá imunidade prolongada.
Acontece que empresas multinacionais desenvolveram outra vacina, sem a célula e menos tóxica que a celular, para aplicação em adultos.
A dose é feita apenas com alguns componentes da bactéria, imunizando menos e dando uma resposta mais fraca, mas é menos tóxica.
Enquanto a nova vacina, acelular, estiver imunizando gestantes no Brasil, o Butantan estará em busca de uma versão celular, menos tóxica e mais barata, para também poder ser aplicada em adultos. Hoje, a cobertura contra a doença para crianças começa com a vacina pentavalente, administrada aos dois, aos quatro e aos seis meses de vida. Além da prevalente, a criança recebe dois reforços com a vacina DTP, que protege contra difteria, tétano e coqueluche. O primeiro reforço deve ser administrado aos 15 meses, e o segundo, aos quatro anos. (TM)