Cerca de 70 milhões de pessoas, entre as quais 2 milhões somente no Brasil, são portadoras da doença, que, embora não tenha cura, tem controle com o tratamento adequado
Estima-se que cerca de 1% da população mundial sofra de lúpus, doença que afeta principalmente mulheres jovens. Isso significa 70 milhões de pessoas no mundo, entre as quais 2 milhões somente no Brasil. O reumatologista Felipe Prata Misiara explica que o lúpus eritematoso sistêmico (LES) faz parte do grupo das doenças autoimunes. “Ela acontece quando o sistema de defesa passa a atacar o próprio organismo, provocando inflamações em órgãos específicos, por exemplo, tireoidite, diabetes tipo 1. Ou inflamação generalizada como o lúpus, que pode ocorrer apenas na pele, lúpus cutâneo ou em todo o organismo, lúpus sistêmico, incluindo a pele”.
A maioria das pessoas com a doença apresenta lesões na pele e inflamação nas juntas, como a artrite. O portador também pode desenvolver inflamação em rins, cérebro, pulmões, além de provocar anemia e queda de glóbulos brancos e plaquetas do sangue. Segundo o especialista, quem tem a doença apresenta problemas com exposição ao sol ou mesmo à luz fluorescente. “As pessoas são proibidas de tomar sol, já que a radiação ultravioleta desencadeia piora da doença. Não há problema com o calor, e sim com a radiação”, destaca Misiara. Manchas nas regiões que têm contato frequente com o sol, como rosto e braços, podem ser sintomas da doença.
Embora o lúpus não tenha cura, é possível estabilizar a doença com o tratamento adequado. O ideal é evitar exposição solar e estrogênios, hormônios utilizados em anticoncepcionais e na reposição hormonal. O reumatologista destaca que existe relação do aumento dos níveis de colesterol e triglicérides com doenças cardiovasculares, devido à inflamação crônica que essa doença pode apresentar. Portadores devem se preocupar em afastar a obesidade e alimentos gordurosos, praticar exercícios e não fumar. “A doença não provoca obesidade. O comum é a doença provocar emagrecimento, quando está na fase ativa, mas é fundamental o acompanhamento médico para evitar complicações”, alerta.