Tecnologia do Teste NAT pode ser responsável por revolução no tratamento de doenças como HIV e Hepatite C, por tornar mais segura a identificação dos vírus
O NAT foi desenvolvido com tecnologia nacional, sem importação de produtos e com alta qualidade para a garantia do sangue
O Ministério da Saúde acaba de lançar as próximas etapas para a implementação nacional do Teste NAT em exames de sangue para a detecção dos vírus HIV e da Hepatite C. A estimativa é de que, ainda no primeiro semestre, o teste, que reduz a chamada “janela imunológica” para a identificação mais rápida e segura destes vírus, esteja implementado em mais sete hemocentros do país, chegando a 14 unidades inseridas na hemorrede pública brasileira.
Segundo técnicos do Ministério, o Teste NAT dá mais garantia e qualidade ao sangue, impedindo a possibilidade de transmissão dos vírus HIV e da Hepatite C e acelerando a utilização sanguínea em doações. Com este exame, a janela imunológica ou o tempo em que o vírus permanece indetectável por testes cai de 22 para 10 dias, no caso do vírus transmisssor da Aids; e de 35 para 12 dias, em relação ao vírus da Hepatite C.
Além disso, outro grande benefício do NAT é ter sido desenvolvido com tecnologia nacional e sem importação de produtos, o que nos torna menos dependentes.
A Fundação Hemominas, de Minas Gerais, já é um dos órgãos que utilizam o Teste NAT na triagem dos doadores de sangue desde o fim do ano passado, atendendo à demanda da hemorrede pública do Estado. De acordo com o Ministério da Saúde, para a oferta do Teste NAT em todo o país, o investimento do governo será em torno de R$ 17 milhões por ano. Esses recursos vão financiar desde a produção dos kits do teste até o controle de qualidade dos exames.
Hepatite C. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Hematologia, apenas cerca de 2% da população portadora de hepatite é tratada no Brasil, para uma doença cujo tratamento oferece grandes chances de cura. “Em torno de 60% dos casos há cura, até hoje. A partir deste ano, esse percentual irá aumentar porque teremos um medicamento novo. O Ministério da Saúde já acenou com a possibilidade de iniciar o tratamento com mais um antiviral que será usado por aqueles que têm vírus mais difíceis de combater, ou seja, pelo menos metade de 45% de doentes que não melhoram com o atual tratamento terão cura”, explica a diretora do Ambulatório de Hepatites da UFTM, Geisa Perez Medina Gomide.
Atualmente, a contaminação por hepatite do tipo C mais relevante acontece através de contato com material cortante ou perfurante com sangue doente, como alicate de unha, seringas e aparelho de barbear, por exemplo. Mas quem fez transfusão de sangue antes de 1993 também pode ter se contaminado. Para as pessoas que têm suspeita da doença, mas ainda não fizeram o exame, basta procurar o Centro de Testagem e Aconselhamento, o CTA Uberaba, ou o Ambulatório Maria da Glória, para fazer o teste e iniciar o tratamento gratuitamente.