Conhecida como “doença silenciosa”, a hepatite C dificilmente apresenta sintomas e pode se manifestar no organismo após 20 anos. De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 170 milhões de pessoas em todo o mundo estão infectadas pela hepatite C. Cerca de 90% dos infectados não sabem que estão com a doença e só descobrem quando o problema já está muito avançado, podendo apresentar quadros graves, como cirrose ou câncer, o que torna a doença a principal causa de transplantes de fígado no Brasil. O vírus HCV, causador desta forma da doença, é transmitido pelo contato com sangue contaminado, cujas formas mais comuns de contágio são o uso e a manipulação de materiais contaminados que cortem ou perfurem a pele, como lâminas, bisturis, agulhas, seringas e alicates compartilhados. De acordo com a médica Geisa Gomide, responsável pelo Ambulatório de Hepatites da UFTM, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são dois fatores importantes para a recuperação dos pacientes com hepatite C. Cerca de 20% dos infectados eliminam o vírus espontaneamente. “E entre os 80% restantes, ela tem cura em mais de 60% dos casos”, esclarece Geisa, ressaltando que as pessoas não precisam esperar o surgimento de complicações. “Quanto mais tarde a pessoa deixar para procurar um médico esperando sentir sintomas, ela vai chegar à mão do médico somente quando já tiver desenvolvido uma cirrose. Ou seja, quando não temos mais o que fazer por aquele fígado”, alerta. Por isso, ela explica que quem tem algum tipo de dúvida ou incerteza, se pertence ou não aos grupos de risco, que procure para fazer os testes.