Ortopedistas afirmam que a relação entre o uso frequente de salto alto e a doença é explicada pela pressão que os pés recebem nos dedos, e não na planta dos pés
A forma correta de se sentar é determinante para a saúde da coluna
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a hérnia de disco é uma doença que atinge atualmente cerca de 5,4 milhões de pessoas no Brasil. Entre as causas desse problema está um hábito muito comum e até então considerado inofensivo, o uso de salto alto. Apesar de oferecer grande elegância às mulheres, a elevação da altura pode trazer sérios problemas à saúde, isto porque modifica a postura natural de todo o corpo. Ortopedistas afirmam que a relação entre o uso frequente de salto alto e a doença é explicada pela pressão que os pés recebem nos dedos, e não na planta dos pés, como é mais indicado. “Essa mudança da altura provoca ainda alterações nos joelhos com hiperpressão da patela e consequente dor nesta articulação”, destaca o ortopedista Vicente Carlos Franco Macedo. A hérnia de disco ocorre quando a parte central do disco “escorrega” para trás ou para o lado, dentro do canal vertebral da coluna. O disco é formado pelo núcleo pulposo e pelo anel fibroso. Quando a musculatura paravertebral e abdominal ficam fracas por um período prolongado, o anel fibroso rompe e deixa o núcleo pulposo escorregar para trás, levando este a se encostar nas fibras nervosas do nervo ciático, causando a dor, irradiada para a barriga ou pernas. Para especialistas, o uso frequente de salto alto associado a fatores de risco aumentam as chances do desenvolvimento da doença. De acordo com o especialista, o estilo de vida está entre as principais causas da alteração nos discos, além da predisposição genética. “Muitas pessoas precisam tomar cuidado com a postura ao realizar alguns movimentos, como levantar peso ou sofrer impacto de alta intensidade”, revela o especialista, lembrando que ainda há aqueles que realizam trabalhos braçais. Mesmo acompanhados por profissionais, até mesmo esportistas, como maratonistas, correm riscos.