Conjuntivite é um processo inflamatório da conjuntiva e a forma mais comum de transmissão é através das mãos. Por isso é importante lavá-las com frequência
De acordo com o Centro Nacional de Epidemiologia (Cenepi), da Fundação Nacional de Saúde, os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul estavam sob alerta por conta da ocorrência de surtos de conjuntivite aguda. A preocupação era porque o número de casos passava de 184 mil. O mesmo problema foi verificado também no Distrito Federal e nos estados de Espírito Santo e Rio de Janeiro. Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, a conjuntivite é mais frequente no verão, época em que as pessoas se reúnem em festas e grandes aglomerações, como o carnaval, mas há outros tipos que são muito mais comuns no outono e inverno, quando essas aglomerações passam a estar em locais fechados, protegidos do frio.
De acordo com o oftalmologista Joaquim Pereira Paes, conjuntivite é um processo inflamatório da conjuntiva, o tecido que recobre a parte branca do olho e as pálpebras internamente. “A conjuntivite é a causa mais comum de olhos vermelhos e se divide em quatro grupos, podendo ser viral, bacteriana, alérgica ou infecciosa. Para cada tipo existe um tratamento específico e que nem sempre é igual para pacientes diferentes.
É recomendável não coçar os olhos, porque o processo inflamatório aumenta. Além disso, cuidado com o uso de água boricada, pois pode produzir reações inflamatórias na conjuntiva e na córnea”, alerta.
O oftalmologista esclarece que o tipo viral é o mais comum, ocorrendo especialmente durante o outono e o inverno. “Geralmente, dura de 3 a 10 dias, apresenta secreção aquosa, acometendo os dois olhos. Causa muito lacrimejamento e pode provocar o aparecimento de íngua na frente da orelha ou no pescoço. Em alguns casos pode ser mais intensa, acometendo a córnea em até 28 dias, e formar um tecido que lembra membranas. No entanto, não sai com a simples limpeza diária dos olhos. É preciso ser removido no consultório com o auxílio de pinças cirúrgicas”, revela.
Quando a conjuntivite é bacteriana, ocorre a liberação de bastante secreção purulenta, branca, amarela ou esverdeada e a inflamação dura de 7 a 10 dias, geralmente em apenas um dos olhos. A principal característica da conjuntivite alérgica é a coceira, principalmente no canto nasal dos olhos, aparecendo mais durante o verão ou na primavera.
O tipo não infeccioso ou não alérgico ocorre por reação a produtos químicos, “como cosméticos, colírios ou outros produtos que caiam no olho, reação mecânica, devido à entrada de corpos estranhos, como ciscos ou insetos e pelo uso de lentes de contato ou associadas a doenças sistêmicas, principalmente reumatológicas”, afirma Joaquim Paes.
Ainda segundo o oftalmologista, no caso das conjuntivites infecciosas, como a viral e a bacteriana, a forma mais comum de transmissão é através das mãos. Por isso é tão importante lavar as mãos com frequencia e evitar cumprimentos quando estiver contaminado. “Mas toalha de banho, roupas de cama e água de piscina também servem como fonte de transmissão”, frisa Joaquim Paes.