O estudo identificou eficiência na redução da produção de espécies reativas de oxigênio, estimulando assim a atividade...
Pesquisa realizada no Instituto de Biociências da Unesp em Botucatu, intitulada de “GH - Mocinho ou Vilão”, constatou que a administração do GH, popularmente conhecido como hormônio do crescimento, pode ser uma estratégia terapêutica complementar no tratamento de algumas doenças cardiovasculares. No entanto, ainda faltam testes adicionais até que o método passe a ser disponibilizado como terapia no mercado.
O estudo identificou eficiência na redução da produção de espécies reativas de oxigênio, estimulando assim a atividade de enzimas oxidantes e, também, de enzimas relacionadas com o metabolismo cardíaco. No fim da década de 1990, o hormônio GH tornou-se uma das substâncias preferidas dos frequentadores de academias devido à sua função de estimular o crescimento muscular. No entanto, quando utilizado em abundância, pode ser capaz de acarretar malefícios à saúde, como também causar impotência sexual e até mesmo câncer.
“Essa pesquisa vem nos mostrar alguns outros efeitos do GH que não estão relacionados somente ao crescimento, como era conhecido. Vimos efeitos ligados ao metabolismo e ao extresse oxidativo do organismo nas condições de insuficiência cardíaca. O objetivo era avaliar, em pacientes cardiopatas, se o tratamento com o GH teria algum efeito. Como, por exemplo, relacionado à geração de radicais livres. Descobrimos que o GH exerce o seu efeito e, dependendo da dose que usamos, o hormônio consegue, de fato, melhorar parâmetros relacionados ao extresse oxidativo e ao metabolismo do coração”, ressalta Fábio Rodrigues Ferreira Seiva, coordenador da pesquisa e especialista em bioquímica.
No entanto, o especialista em bioquímica alerta que isso não significa que as pessoas devam utilizar o GH sem orientação, acreditando que obterá os efeitos esperados. Para o Fábio Rodrigues, é necessário tomar algumas precauções na utilização de qualquer tipo de hormônio. “Todo hormônio exige cuidados ao ser utilizado, porque hormônios mexem muito com o organismo. É preciso muito cuidado com as doses. Na pesquisa, usamos duas doses; uma foi efetiva enquanto a outra tentativa já não teve o efeito que esperávamos. Por isso, é importante o cuidado com a dose, de acordo com o estágio da doença que será tratada, devendo ser ministrada por uma equipe de profissionais competentes e qualificados para aplicar esse tratamento”, afirma Fábio Rodrigues.