Técnica conhecida cientificamente como quimioembolização de tumor, empregada no tratamento do vice-presidente José Alencar Gomes da Silva, acaba de ser utilizada com sucesso em paciente do Hospital Dr. Hélio Angotti (HHA). Embora ainda seja um procedimento paliativo, esta é uma das mais modernas técnicas de combate ao câncer existente no mundo. Trata-se da introdução de uma combinação de drogas quimioterápicas e partículas de gel insolúvel, infundidas até que haja uma suspensão do fluxo sanguíneo para o tumor, determinando o aumento da concentração local da droga e a morte dos tecidos na região do tumor.
O primeiro paciente a receber o procedimento passa bem e está sob observação da equipe médica do hospital. O homem foi submetido a uma quimioembolização de hepatocarcinoma, por sofrer de um câncer do fígado, e ao longo do procedimento, foi acompanhado também pelos médicos oncologistas Ruti Muniz e Rafael Scandiuzzi, ambos do Departamento de Oncologia Clínica do HHA, onde ele é tratado.
A aplicação é feita por meio de um cateter, por isso, no caso do Hospital Hélio Angotti, foi realizada no Centro Integrado de Medicina Invasiva, que aguarda credenciamento junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) para beneficiar mais pacientes. “A nossa intenção é beneficiar mais pacientes, tão logo o centro consiga seu credenciamento junto ao SUS.
A técnica promove a redução do volume do tumor para uma operação ou outros procedimentos e evita que esse paciente saia da fila de transplantes”, informa o médico responsável pela Quimioembolização, o intervencionista Rafael Gomes de Almeida Garzon. De acordo com Garzon, a técnica já é disponibilizada via SUS em capitais e centros avançados, como São José do Rio Preto, no interior de São Paulo.
O procedimento é histórico e significa um grande avanço para Uberaba e região, já que o HHA é procurado por número cada vez maior de pacientes com câncer. Segundo os números do Instituto Nacional do Câncer (Inca), são cerca de
500 mil novos casos da doença por ano. Dados da Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer (AIPC), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgados recentemente, apontam para uma prospecção alarmante: o número de pessoas com câncer deve crescer mais de 75% até 2030. “Para atender melhor, os hospitais oncológicos precisam ser cada vez mais especializados e capazes de realizar procedimentos complexos como a quimioembolização de tumores”, assinala o presidente do HHA, Délcio Scandiuzzi.