Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFA) quer ampliar o acesso de bebês ao teste da linguinha, que permite diagnosticar precocemente a chamada língua presa e criou campanha nacional visando sensibilizar autoridades sobre o assunto. O fato motivou Projeto de Lei 4832/12 em análise na Câmara que quer obrigar hospitais a realizar o chamado “teste da linguinha” em todos os recém-nascidos. Caso seja constatada a língua presa, o estabelecimento deverá realizar a cirurgia corretiva.
A fonoaudióloga Roberta Lopes Castro Martinelli explica que as alterações do frênulo lingual, que fica embaixo da língua, podem comprometer o desenvolvimento de pessoas da infância à fase adulta. Isso porque a língua presa interfere na maneira de sugar, mastigar, engolir e falar. Nos recém-nascidos, as limitações dos movimentos da língua podem dificultar a amamentação e levar ao desmame precoce. “O problema estressa as mães que não entendem porque as crianças mordem o peito com a gengiva, ficam cansadas e mamam com muita frequência. E pode estar no frênulo da língua, que dificulta os movimentos para sugar o leite materno, questão que a maioria das mães não sabe”, explica.
O ideal é que o exame seja feito no primeiro mês de vida do bebê. Quando necessário, a criança é encaminhada para um procedimento cirúrgico, um pequeno corte na língua, que resolve o problema. Com o projeto, os órgãos do SUS terão de instituir programas para registro, controle e acompanhamento dos pacientes, assim como da adoção das medidas cabíveis, já que a disfunção pode acusar desmame precoce, baixo ganho de peso, e, desta forma, comprometer o desenvolvimento dos bebês. O projeto terá análise conclusiva das Comissões de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.