Uma das principais orientações do médico geriatra é quanto ao problema que atinge todas as idades, mas oferece risco maior à pessoa idosa – a automedicação. Para o geriatra Guilherme Pardi, quanto menos remédios a pessoa idosa tomar, melhor para o seu organismo. “É importante desestimular as pessoas a ingerirem medicações e chás, pois são mitos. É como falar que rezar cura pneumonia, pois sabemos que isso não é verdade”. Segundo o especialista, o ideal é ter uma alimentação e hábitos saudáveis, mantendo-se longe de vícios, como o álcool e o cigarro; praticar atividade física e atividade intelectual. “São essas atitudes que vão lhe acrescentar saúde, e não o remédio que o vizinho indicou ou o chazinho que o amigo recomendou”, alerta. Pardi explica que aquilo que é bom para o vizinho ou amigo nem sempre é bom para todo mundo. “Isto porque as pessoas idosas são muito diferentes umas da outras, exatamente por tudo que cada uma delas passou em particular. Uma fez certa cirurgia que a outra não precisou fazer; uma é diabética enquanto a outra tem a pressão alta”. O fundamental é manter a independência, do ponto de vista físico e mental. “É muito comum, quando uma pessoa fica velha, os filhos começarem a mandar nela, colocando-a numa redoma. O idoso passa a não poder sair sozinho e fazer suas atividades, o que não é bom. É claro que há casos, como o paciente com Alzheimer, por exemplo, em que é necessário depender de outras pessoas, seja para ir ao banheiro, para comer ou se vestir. Mas o ideal é que a pessoa idosa viva normalmente”, afirma. O idoso precisa se manter ativo para ter uma qualidade de vida positiva, se sentir útil, se sentir dono de si. Isso melhora muito a autoestima. “É aconselhável que a pessoa idosa participe de grupos com pessoas que tenham mais ou menos a mesma idade dela, tanto na prática de esportes como nas horas de lazer”, encerra Pardi. (TM)