A depressão tornou-se o maior problema da humanidade, conforme alertam psiquiatras.
A doença não escolhe idade, mas no idoso ela aparece como a sensação de impotência após alterações que cada pessoa enfrenta com o passar da idade. Os idosos dedicaram parte de sua vida a outras pessoas e ao chegarem nesta fase não sabem o que fazer com suas vontades.
Para o psiquiatra e coordenador clínico do Centro de Atenção Psicossocial Maria Boneca, Jorge Bichuetti, a fase revela a importância de se ter uma vida plena, com várias atividades que deem prazer à pessoa, independente da idade. “É preciso se sentir produtivo, fazer o que gosta, realizar atividades que dão prazer. Pode até ser jogar conversa fora com a vizinha, mas é preciso exercitar”, explica Jorge.
Mas a morte continua sendo a principal questão da vida. Pode parecer ironia, mas o fato é que há pessoas que têm medo da morte e outras querendo chegar logo ao fim da estrada. “Vivemos em uma sociedade onde aprendemos a viver como se fosse para sempre. A escola ensina tudo, menos a viver. A morte é um fantasma que acompanha o homem desde o início. Acostumamos a viver em rotina e ficamos inseguros se não for assim. Temos medo do desconhecido. E estudiosos dizem que nem na depressão desejamos a morte. Mas quando pensamos na morte achamos que há um novo renascer, o que se torna uma grande forma de vencer as dificuldades e encontrarmos na fé uma vida após a morte”, afirma.
Quando perguntado se a depressão leva ao suicídio, o psiquiatra diz que essa doença tem momentos diferentes, o que nem sempre indica que chegou ao grau mais forte. Para ele, nem sempre o máximo da depressão é mais perigoso do que os outros estágios. “Quando a pessoa está em 100% de depressão, não tem ânimo nem para se matar. No entanto, quando se recupera 40%, sente-se frágil para viver, mas tem energia para cometer o desatino. Se na depressão a pessoa se prende ao outro, esse outro consegue evitar o suicídio. O importante é se fazer presente”, explica Bichuetti.