A doença é tratável, mas é importante iniciar o tratamento o mais cedo possível, porque, com a progressão da mesma, os danos causados poderão ser irreversíveis
Desde o ano 2000, o número de casos de sífilis em nível nacional tem crescido significativamente. Por se tratar de uma doença sexualmente transmissível, tanto homens quanto mulheres devem tomar todos os cuidados durante uma relação sexual. A sífilis evolui lentamente, em estágios conhecidos com sífilis primária, secundária, latente e terciária. Na fase terciária, a mais grave, as manifestações geralmente são na pele e nas mucosas, neurológicas, cardiovasculares e articulares.
O dermatologista Hélio Amante Miot destaca que a sífilis é uma doença infecciosa que possui várias fases e, portanto, pode ter manifestações clínicas diferentes. “Como a principal via de contágio é a sexual, o primeiro sinal da sífilis surge no órgão sexual masculino ou feminino, dentro da vagina, do reto ou da boca, como um pequeno ferimento que geralmente não é doloroso e costuma durar entre 30 e 40 dias. Pelo fato de não ser doloroso, muitas vezes as pessoas acabam não procurando auxílio médico. Esse é o grande erro, pois é o melhor momento de se fazer o diagnóstico e de se iniciar o tratamento, que é gratuito e eficiente”, afirma.
O especialista alerta que, quando não identificado nas fases iniciais, a sífilis acaba se disseminando pelo corpo todo, sendo que a principal manifestação da doença nessa fase é uma grande vermelhidão, como lesões em forma de bolinhas ou manchas na pele que parecem uma alergia, mas que não coçam. “Podem aparecer ainda um estado febril, mal-estar, ínguas no pescoço e na virilha e até mesmo lesões semelhantes a úlceras na boca e na região genital. Essa é uma das fases mais contagiosas e, como é mais sintomática, faz com que o paciente procure um centro de saúde ou pronto-socorro. E é nesse momento que geralmente é feito o diagnóstico”, frisa.
A sífilis é tratável, mas, segundo o dermatologista, é importante iniciar o tratamento o mais cedo possível, porque, com a progressão da doença, os danos causados poderão ser irreversíveis. “Uma vez diagnosticada a sífilis, as manifestações de pele, do coração e na gestante são tratadas facilmente com antibióticos. As pessoas com manifestações no cérebro precisam de internação hospitalar, porque a medicação é diferente, mas há alta taxa de cura. Hoje, o indivíduo que é diagnosticado com sífilis tem as melhores condições de cura. No entanto, é preciso que ele fique atento para evitar contraí-la novamente, pois a doença não oferece imunidade”, completa Hélio.