Infecções hospitalares sobem 57% durante o verão

Pesquisa realizada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) revela que casos de infecções hospitalares aumentam em até 57% durante o verão. O estudo analisou 5 mil exames de sangue de pacientes internados no Hospital de Clínicas com infecção sanguínea, geralmente associada ao uso de cateteres. Entre os pacientes, quase 1.500 tinham infecções adquiridas durante a internação. Intitulada “Determinantes climáticos da etiologia de infecções de corrente sanguínea em um hospital do Brasil”, a pesquisa é resultado da tese de doutorado da pesquisadora Silvia Caldeira.

De acordo com o infectologista Carlos Magno Fortaleza, o objetivo do estudo era saber se ao longo do ano havia variações na ocorrência das infecções, comportamento conhecido como sazonalidade e ligado às estações do ano. “Esse estudo comprovou que essa sazonalidade existe e gera impacto sobre a periodicidade na instituição de medidas para evitar a aquisição dessas bactérias. Esse artigo foi baseado no levantamento de um tipo específico de infecção hospitalar que atinge a corrente sanguínea, na qual há bactérias circulando no sangue. Foram analisadas 1.468 casos de pessoas que tinham adquirido a bactéria dentro do hospital no período de 2005 e 2010”, destaca.

Segundo a pesquisa, as estatísticas mensais demonstraram que houve variações no número de casos nos meses mais quentes do ano, ou seja, no verão. “A questão mais importante que deriva desse estudo é a necessidade de ações diferenciadas para prevenção de infecções hospitalares de acordo com o período do ano. Essa ação sempre é intensificada no mês de maio, porque historicamente é quando se celebra a data de controle a infecções hospitalares. No entanto, aparentemente, os casos de infecções no período mais quente e não no período frio, como em maio. Então isso ressalta a necessidade do deslocamento das campanhas para o período mais quente, o que vale para todos os hospitais”, completa.