SAÚDE

Ingestão de insulina não altera teste do bafômetro

Hoje, a lei seca considera índices acima de 0,13 miligrama de álcool como infração e crime, quando os resultados são superiores a 0,33 miligrama

Publicado em 11/04/2012 às 16:56Atualizado em 19/12/2022 às 20:18
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Raelson Batista afirma desconhecer qualquer alteração provocada diretamente pela insulina no teste do bafômetro.

No dia 10 de março, por volta das 17h, acidente na MG-427 envolveu o motorista de um VW Gol e um ciclista, que veio a falecer. Durante a abordagem da Polícia Rodoviária Estadual, o motorista aceitou passar pelo teste do bafômetro. De acordo com os policiais, ele apresentava sinais evidentes de embriaguez, tais como olhos vermelhos e hálito etílico. O teste apontou 0,40 miligramas por litro de sangue, quantidade de álcool acima da permitida por lei.

Na ocasião, em conversa com os policiais, o motorista alegou que a variação apresentada pelo teste não poderia ser considerada, uma vez que, embora tivesse ingerido duas latas de cerveja naquele dia, sendo uma de manhã e outra na hora do almoço, a variação se devia ao fato de ser usuário de insulina. Porém, conforme o endocrinologista e conselheiro efetivo do Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremers), Mauro Czepielewski, o diabetes, doença que afeta 10% da população brasileira, não altera o teste do bafômetro.

O argumento de que o diabetes teria influenciado no resultado do teste também é sustentado pelo advogado Vitor Hugo Gomes, que representa o professor universitário Roger Luis Puglia. Atualmente, a lei considera como infração índices acima de 0,13 miligrama e crime quando os resultados são superiores a 0,33 miligrama. “Existe uma situação específica, quando a pessoa está tendo uma crise diabética, que poderia alterar o resultado do teste, mas um paciente em uma crise não poderia nem estar dirigindo, pois estaria com sérias dificuldades de respirar. Somente por ter diabetes, por estar sem um remédio, não altera o resultado”, afirma Mauro Czepielewski.

O cardiologista Raelson Batista afirma desconhecer qualquer alteração provocada diretamente pela insulina no teste do bafômetro. “Não há base científica, porque a pessoa que tem diabetes pode ter uma alteração que nós chamamos de cetoacidose diabética, em que ela produz corpos cetônicos que, teoricamente, dão hálito etílico, mas apenas isso. Esse hálito não necessariamente interfere na hora de fazer a dosagem de etanol, que é medida pelo bafômetro”, revela o médico.

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