Estudo percebeu que não é preciso ficar procurando a doença em quem ainda não apresentou avanços
Segundo Felipe Prata Misiara, durante o tratamento da osteoporose, deve ser dada maior atenção à reposição da vitamina D
Estudo publicado na revista médica New England Journal of Medicine afirma que, como a osteoporose progride de forma lenta, quem faz o primeiro teste e tem resultado normal aos 65 anos pode esperar até 15 anos para realizar outro exame de densitometria óssea. A pesquisa integra iniciativa de médicos de vários países para reavaliar a melhor forma de realizar o diagnóstico e o tratamento da doença.
O problema causa o enfraquecimento sério dos ossos, o que pode resultar em fraturas graves e irreversíveis de quadril, vértebras, ombro, pélvis ou punho. A publicação revela, no entanto, que os médicos pretendem evitar o tratamento com medicamentos conhecidos como bisfosfonatos por tempo prolongado em mulheres afetadas após a menopausa.
Outro questionamento dos pesquisadores é a necessidade de exames frequentes de densitometria para portadores que não apresentam perigo de fraturas. Isto porque pesquisas constataram que menos de 1% das mulheres com densidade óssea normal no primeiro teste desenvolveram a doença nos 15 anos seguintes. Entre as que tinham densidade um pouco baixa no teste, 5% ficaram com osteoporose depois desse período. No grupo com o pior resultado, 10% ficaram com a doença depois de um ano.
De acordo com o reumatologista Felipe Prata Misiara, o que muda a partir de agora é referente à recomendação do exame de densitometria realizado nas pessoas normais. “Ou seja, não é preciso ficar procurando doença em quem não tem nada e o exame pode ser repetido no prazo de 15 anos, pois a chance de mudança do diagnóstico é muito pequena. Se a pessoa tem osteopenia moderada, que representa os valores de -1 a -1,7 na densitometria, deve repetir o exame a cada cinco anos. A recomendação para se de repetir a cada ano seria apenas em quem apresenta osteopenia mais importante, ou osteoporose.
A pessoa com fatores de risco mais sérios, como história familiar, por exemplo, deve ser monitorada com mais cautela”, esclarece o especialista.
Felipe Misiara revela, ainda, que, em relação à osteoporose, nem todas as pessoas que sofrem da doença precisam utilizar suplementação de cálcio, além da alimentação. “Nem todo mundo com osteopenia precisa ser tratado. Deve ser dada mais atenção à reposição da vitamina D, e não do cálcio sozinho. Além disso, nem todo paciente precisa ser tratado com medicamento para a vida toda. O período de cinco anos tem sido um tempo razoável. É preciso avaliar, porém, os casos individualmente. Todas essas ideias não são consenso entre os médicos, pois alguns estudos são novos e precisam de confirmação”, alerta o reumatologista.