Jejum para exame de colesterol nem sempre é obrigatório

Pesquisa divulgada pela Universidade de Calgary, no Canadá, questiona a necessidade de se manter o jejum para a realização do exame que serve para medir a porcentagem de colesterol no sangue. O estudo mostrou que a diferença nos resultados causada pela alimentação é muito pequena para se exigir a velha recomendação.

Segundo o médico nefrologista Francisco Haberman, os cuidados prévios de jejum são exigidos de rotina para diversos exames. “E quase sempre os pedidos para avaliar os exames de colesterol total, o bom (HDL) e o mau (LDL), bem como os triglicérides, fazem parte dessas rotinas. Por isso, quase sempre consta o jejum. Porém, não é obrigatório. Por exemplo, o bom colesterol, o HDL, tem uma variação de apenas 2% entre os que ficaram em jejum prolongado e os que colheram amostra sem o jejum. Já para a avaliação do LDL, que é o colesterol ruim, esse índice variou 10% quando se estava em jejum para menos e quando não estava em jejum, para mais”, explica.

O especialista esclarece, então, em quais situações o jejum deve realmente ser indicado e ressalta a importância de se realizar esse tipo de exame periodicamente. “Nós achamos que são muito práticas, como orientação, as campanhas públicas e comunitárias para avaliação do colesterol sanguíneo, não necessitando, portanto, de jejum para avaliá-los, até para facilitar o rastreamento populacional. Mas na avaliação laboratorial, de hábito, como fazemos nas clínicas, seguimos essa regra de o paciente estar presente no laboratório com jejum de pelo menos 12 horas”, afirma.

Francisco Haberman destaca uma regra importante de boa saúde e que deve ser sempre lembrada. “Comer a metade, andar o dobro e rir o triplo, isso sim pode ser mais convincente, do ponto de vista em longo prazo, para prevenção de doenças cardiovasculares. Isso não dispensa, entretanto, a avaliação dos índices lipídicos sanguíneos de todos pelo menos uma vez por ano, e para casos especiais, a cada seis meses, sempre com a orientação de um médico que possa interpretar adequadamente os valores, sejam eles colhidos em jejum ou não”, completa o nefrologista.