SAÚDE

Lesões nas mãos atinge principalmente mulheres

Entre as principais causas dessa doença está o esforço repetitivo. Para o ortopedista, pessoas que exercem profissões como digitadores e costureiras são as mais atingidas

Publicado em 25/02/2010 às 11:28Atualizado em 20/12/2022 às 07:54
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     Estudo publicado na Revista Brasileira de Ortopedia, da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, revela que um problema conhecido como “dedo em gatilho” atinge principalmente mulheres, sendo 85% delas com idade entre 23 e 83 anos. Travamento, estalos, nódulos e dor nos dedos das mãos podem ser sintomas dessa doença, que tem crescido nos últimos tempos e afeta principalmente mulheres após os 35 anos e nos períodos de gestação. Os dedos mais afetados são o anular (57%) e o médio (42%), principalmente da mão direita (72%), no caso de pessoas destras. De acordo com a pesquisa, o problema, quando se desenvolve durante a gestação, geralmente é transitório e pode ser de difícil tratamento após os 35 anos, fase em que apenas uma cirurgia é o tratamento definitivo. A tenosinovite estenosante é cada vez mais frequente nos consultórios médicos. “A doença envolve os tendões que passam por túneis dentro dos dedos. Se houver a formação de um nódulo no tendão ou ocorrer um edema na bainha que o envolve, ele então se tornará mais largo, ficando comprimido nesses túneis. Conforme a pessoa mexe os dedos, ela irá sentir um estalo ou escutar um barulho na mão. Nos casos mais graves, o dedo pode até travar flexionado”, explica o ortopedista Vicente Franco Macedo. Entre as principais causas dessa doença está o esforço repetitivo. Para o ortopedista, pessoas que exercem profissões como digitadores e costureiras são as mais atingidas. Neste grupo também há grande incidência entre operadores de caixa registradora, trabalhadores de linha de montagem, profissões ligadas ao uso do computador, entre outras que exigem o uso excessivo das articulações dos dedos. “Por essas características, o dedo em gatilho é classificado como lesão por esforços repetitivos (LER) ou lesão por traumas cumulativos (LTC) e consta na relação de doenças do trabalho”, destaca o especialista. Segundo Franco, outras doenças também são consideradas como responsáveis pelo desenvolvimento desse tipo de tenosinovite, como a artrite reumatoide, diabetes, hipotireoidismo e algumas infecções, como tuberculose e infecções causadas por fungos, por exemplo. “O tratamento mais indicado para “dedo em gatilho” é a infiltração local com esteroides e o repouso das articulações. Em casos mais graves, pode ser necessário um procedimento cirúrgico”, explica o ortopedista. Prevenção. P ode ser feita pela substituição de equipamentos, como uso de grampeador elétrico, carimbos acolchoados, luvas de gel e exercício de alongamento, musculação e relaxamentos para mãos e dedos. E, ainda:  - a cada 25 minutos de trabalho, faça uma parada de 5 minutos; - a cada uma hora de digitação, saia de sua cadeira e movimente-se; - beba bastante água ao longo do dia; - mantenha a postura adequada: ombros relaxados, pulsos retos, costas apoiadas no encosto da cadeira e as plantas dos pés bem apoiadas no chão; - ajuste a cadeira à sua altura em relação à mesa e o seu encosto deve oferecer suporte integral para as costas; - não utilize apoio de pulso durante a digitação, pois poderá provocar compressão nos nervos do pulso; - a digitação deve ser feita com os pulsos levantados. Os apoios de pulso são projetados para o repouso do pulso durante as “pausas”. Aspecto legal. No Brasil, Lesão do Esforço Repetitivo é considerada uma doença ocupacional, equivalente a um “acidente do trabalho”, e deve ser reportada aos órgãos como Ministério do Trabalho e INSS. A Norma Regulamentadora número 17 (NR 17) estabelece recomendações ergonômicas ao ambiente do trabalho, que se não respeitadas são passíveis de fiscalização.

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