Sexta causa de câncer mais frequente, o linfoma é o tipo que mais apresentou aumento da incidência nos últimos 20 anos, com variação de 4% por ano. A cada ano são diagnosticados 10 mil casos no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). E cerca de 4 mil pessoas morrem anualmente em consequência da doença. O desconhecimento sobre esse tipo de câncer pela população é o que mais preocupa a comunidade médica e especialistas. O diagnóstico precoce continua sendo o maior desafio do Brasil na luta contra o linfoma. Falta infraestrutura na saúde pública e privada para garantir que o linfoma seja detectado mais cedo e tratado com rapidez.
De acordo com a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), 70% da população não sabe o significado da palavra linfoma. “Em linhas gerais, os linfomas são cânceres das células do sistema imunológico. E essas células estão espalhadas em todo o organismo, podendo assim se manifestar em qualquer lugar do corpo. Diferente de outros tipos de cânceres, como o de mama ou de próstata, que tem o local definido”, explica o hematologista Carlos Chiattone.
Há dois tipos de linfomas, o Hodgkin e o não-Hodgkin. O Hodgkin foi o primeiro a ser descoberto na história da medicina e tem índice de cura que pode chegar a cerca de 90% quando diagnosticado precocemente. O não-Hodgkin é o mais complexo, pois apresenta mais de 50 tipos diferentes, sendo cada um deles com manifestações clínicas e prognósticos distintos. “Como as células do sistema imunológico estão espalhadas pelo organismo, o linfoma pode aparecer em qualquer local, mas acomete com mais frequência os gânglios linfáticos, com nódulos nas axilas, pescoço e região da virilha. Se durante uma ou duas semanas, o crescimento do nódulo for progressivo em uma dessas regiões, sem outra evidência de doença infecciosa, o paciente deve procurar um especialista”, alerta.
Além do crescimento dos gânglios, outros sintomas que podem ser encontrados nos linfomas são febre, perda de peso, sudorese profusa à noite e coceira persistente na pele sem indício de alergia. Mesmo sendo uma doença de incidência crescente, o tratamento contra o linfoma evolui bastante ao longo dos últimos anos. “Não há na oncologia uma área mais avançada em termos de tratamento do que a dos linfomas”, completa o médico.