Estima-se que o Brasil possui pelo menos 200 mil pessoas com lúpus. Por ano, mais de mil casos são diagnosticados. Mulheres são mais afetadas
Estima-se que o Brasil possui pelo menos 200 mil pessoas com lúpus. Por ano, mais de mil casos são diagnosticados. E as mulheres são as mais afetadas. Em cada grupo de dez doentes, pelo menos nove são mulheres em idade reprodutiva. O primeiro medicamento desenvolvido em mais de 50 anos para tratar especificamente pessoas com lúpus chegou recentemente ao mercado brasileiro.
O reumatologista Antonio Bacaro explica que o lúpus é uma doença inflamatória crônica. É uma doença autoimune, ou seja, está relacionada ao sistema de defesa do portador, em que o organismo ataca a si mesmo. “Toda doença do sistema imunológico é multissistêmica, o que significa que ela pode apresentar vários sinais ou sintomas, que surgem de acordo com o local onde está acontecendo a inflamação. Há sinais possíveis de ser vistos, outros não. Geralmente aparecem na pele, como na face mais avermelhada em torno do nariz, como aftas na boca, no nariz ou na genitália. A pessoa pode apresentar inflamações musculares, em que as articulações passam a ter artrite, e a ficar quentes, inchadas e doloridas, bem como perda de cabelo, entre outros sintomas”, explica.
Ainda segundo o especialista, o lúpus não tem cura, mas, uma vez diagnosticado e feito o tratamento da forma correta, é possível controlá-lo na maioria dos casos. “Para isso as pessoas vão ter que tomar remédios. A grande maioria toma por toda a vida, mas algumas não, porque a doença pode entrar em remissão e o paciente não apresentar mais sintomas durante um período. Porém, esses pacientes também não podem ter alta, porque a qualquer momento os sintomas podem voltar a se apresentar. É uma doença tratável, sem cura ainda, mas com o tratamento correto é possível ter qualidade de vida e viver normalmente”, completa o médico.