Existe no mercado uma infinidade de mamadeiras e chupetas, de tipos, formatos e cores diferentes, mas também informando funções especiais
Existe no mercado uma infinidade de mamadeiras e chupetas, de tipos, formatos e cores diferentes, mas também informando funções especiais, como as chupetas ortodônticas, que em tese seriam menos prejudiciais ao desenvolvimento do bebê. Porém, além de dar atenção ao alerta quanto às substâncias utilizadas no produto, é preciso lembrar que em nenhum caso mamadeiras e chupetas trazem algum benefício à criança. Ao contrário, podem ser altamente prejudiciais à saúde.
De acordo com o pediatra Luciano Borges Santiago, presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), pesquisas já constataram que a mamadeira libera substâncias tóxicas à saúde humana durante o uso, como o bisfenol, que é cancerígeno. “E não adianta procurar mamadeiras que não contêm bisfenol na fórmula, já que qualquer produto plástico, que é derivado do petróleo, libera diversas substâncias químicas no organismo que, com certeza, não fará bem”, destaca.
No entanto, além disso, a utilização de mamadeira e chupeta traz série de problemas para o desenvolvimento osteomuscular da face do bebê, dos dentes e da respiração, além do alto risco de cessar a amamentação. Segundo o médico, estudos mostram que ao amamentar no peito da mãe a criança trabalha praticamente todos os grupos de músculos da face. “A consequência disso é a estimulação do crescimento ósseo. O desenvolvimento da arcada dentária é guiada por essa movimentação muscular. As crianças que mamam na mamadeira utilizam bem menos músculos e em menor intensidade, ou seja, o desenvolvimento será diferente do que deveria”, alerta Santiago.
O especialista explica que o bebê trabalha a língua durante a amamentação no peito, que não é igual ao da criança que utiliza a mamadeira. Resultado disso é o risco de desenvolver atrasos na articulação da fala, alteração na arcada dentária e problemas ocasionados pela tendência que a criança tem em respirar pela boca ao invés de usar o nariz. O pediatra destaca que crianças que utilizam mamadeiras tem maior facilidade para desenvolver sinusites e outras doenças respiratórias.
Por isso, o pediatra ressalta a importância de procurar a orientação correta na hora de incluir outros alimentos nas refeições do bebê, além da amamentação. Luciano Santiago alerta que após os seis meses de vida a criança já pode começar a aprender como usar os utensílios domésticos como os adultos. Segundo o médico, é ideal que principalmente nas primeiras fases da vida da criança, ela utilize somente pratos e copos de vidro, sempre com a supervisão de algum adulto.