Manual vai orientar manicures para prevenção da hepatite

As manicures e pedicures são alvos de uma cartilha a ser lançada pelo Ministério da Saúde, com orientações para a prevenção da hepatite. O uso de instrumentos cortantes, como o alicate, e o contato com o sangue fazem com que essas profissionais sejam incluídas nos grupos sujeitos a contrair a doença. A cartilha tem o objetivo, também, de incentivar as clientes a levar o próprio material na hora de fazer as unhas dos pés e das mãos nos salões de beleza. Além da exposição à doença, a falta de cuidados com a esterilização dos instrumentos de trabalho e o desconhecimento sobre as formas de contágio da hepatite aumentam o risco para as manicures.   Divulgada no ano passado, uma pesquisa revelou que 20% das manicures ouvidas no município de São Paulo têm hepatite B. Das 100 profissionais entrevistadas em salões de beleza das classes alta e de baixa renda da capital paulista, 74% não lavavam as mãos entre uma cliente e outra nem estavam vacinadas contra a doença; 72% desconheciam as formas de contágio, e somente 5% usavam luvas descartáveis. De acordo com a enfermeira Andreia Schunck, responsável pela pesquisa, as manicures não têm o hábito de adotar qualquer medida de prevenção, como esterilizar os instrumentos, entre os quais alicates, espátulas ou palitos. O vírus da hepatite B pode ficar dias em uma toalha, por exemplo.   A pesquisadora, que trabalha no Instituto Emílio Ribas da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, disse que as profissionais de institutos de beleza deverão receber orientações sobre o uso de luvas e de material descartável, os procedimentos de esterilização na estufa e a vacina contra a hepatite B, que é gratuita nos postos de saúde. Segundo o Ministério da Saúde, o manual com todas essas informações deverá ser lançado em junho.